No vasto cenário cultural de Mato Grosso do Sul, emerge uma força singular: a Academia Feminina de Letras e Artes (AFLAMS). Desde sua gênese em 2008, esta academia tem sido um farol de excelência, um espaço onde a voz feminina ressoa em harmonia na região. Este texto é um convite para explorar a jornada fascinante de como a AFLAMS foi concebida, criada e implantada, destacando o papel fundamental de sua presidente e fundadora. Ao longo desta narrativa, testemunha-se não apenas a evolução de uma instituição, mas também o poder transformador do desejo, da dedicação e da visão de mulheres determinadas a deixar sua marca na história e na cultura do Estado.
Confira a História da Aflams, escrito por sua fundadora:
"O DESEJO, CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO
Olhando muito mais longe, se avizinhou, cresceu, agigantou-se em mim a Academia Feminina de Letras e Artes. Mato Grosso do Sul precisava de uma academia feminina. Uma academia onde se pudesse aquilatar e valorizar o conhecimento, a pesquisa, a arte, a literatura, a cultura, deste pujante estado. Sob a ótica feminina. A visão da mulher. Mulheres que ajudaram a escrever e escrevem a sua historia. Quase todos os estados e um número imenso de municípios brasileiros tem sua academia feminina.
Algumas academias tem mais de 89 anos de existência.
Mas a nossa ainda é nova... Uma mocinha. Começou em 2008. Me permitam voltar no tempo e contar como foi.
Nessa época, como agora, eu fazia e faço parte de algumas academias brasileiras, como membro correspondente. Comecei a me interessar profundamente pelo assunto. Li vários estatutos e Regimentos. Enquanto os lia, surgiu em mim a vontade de criar uma academia feminina, em Mato Grosso do Sul. Fui escrevendo as bases. Moldando o seu alicerce.
Em janeiro de 2008, no dia 19, foram me visitar as escritoras Aida Domingos e Nena Sarti. Em minha casa. No Santa Fé. Falei a elas da minha intenção. Li o preâmbulo que já houvera feito, e que se constituiu na nossa missão que é o de “reconhecer, divulgar e incentivar a atuação da mulher em todos os campos culturais, visando sobretudo ao aprimoramento e a preservação da língua Pátria e riquezas culturais da região, estimulando novos talentos; prestar atendimento sócio – cultural inserindo o indivíduo na prática da cidadania.
Tem o compromisso de buscar junto as entidades literárias e filantrópicas, organismos nacionais e internacionais, ONGS que trabalham pela cultura da paz, união entre os povos, plantando uma semente que será deixada como herança as novas gerações de nosso estado. Defende o princípio da livre circulação das ideias. Imprensa livre e responsável. O respeito pelo patrimônio cultural. Defende o respeito entre os povos e buscarão, de toda a forma, erradicar os ódios advindos das diferenças de raça, classe, religião ou nacionalidade”.
Elas assinaram comigo o ato de fundação. Em 2009, no mês de janeiro, também, as chamei para tomarem conhecimento da ata e do regimento interno. Lavramos a Ata. Guardei de novo. Em 2013 resolvi registrar. Formalizei e guardei de novo. O tempo passou. Outros janeiros chegaram. Minha fronte empalideceu... mas a capacidade de sonhar continuava intacta. E, aí, após dez anos, parti em busca das futuras acadêmicas. E as busquei, não em academias, mas dentro do cenário educacional, social, de pesquisa, da literatura, das artes, da ciência, da cultura, do ativismo, em nosso estado.
Fomos construindo paripasso. Quando parti em busca das acadêmicas eu já tinha escolhido a logo, as cores, a bandeira, as insígnias, o fardão, o selo, e, a forma. Não teríamos patronos. Nós, ao viajarmos para pasárgada – seriamos as patronas de nossas cadeiras. Essa ação é e foi sinonímia da imortalidade. Para todo o sempre, alguém, em algum momento, falaria de nós ao assumir o nosso legado.
Escolhida e convidadas as futuras acadêmicas, as que aceitaram o honroso mister estão conosco. Algumas, já ficaram pelo caminho. Outras, já se encontram em outros planos. Mas aqui estamos, escrevendo nossa história e nosso momento. Inserindo-a na história e na cultura de nosso estado. Estamos lapidando a nossa academia e a nossa historia enquanto instituição.
Seguimos em frente, onde o infinito é o nosso limite".
*PRESIDENTE E FUNDADORA DA AFLAMS – CADEIRA Nº 1 ACADEMIA FEMININA