##### Da fortuna
Em 2010 Chaves declarou à Justiça eleitoral possuir uma fortuna de R$ 69 milhões (valor não atualizado). O empresário nunca foi candidato a qualquer cargo eletivo e só ingressou na política em 2010 ao aceitar o convite de Delcídio para ser seu primeiro suplente.
##### Os bens
Dos atuais integrantes do Senado, apenas Tasso Jereissati (PSDB-CE), com R$ 389 milhões, Blairo Maggi (PR-MT), com R$ 152,4 milhões, e Eunício Oliveira (PMDB-CE), com R$ 99 milhões, informaram possuir patrimônio superior. Entre os bens declarados por Chaves, terras, imóveis, três apartamentos no Rio, dois aviões Cessna, quota de R$ 962 mil da Mace, importante grupo educacional de Mato Grosso do Sul, e investimento bancário de R$ 30,6 milhões.
##### Relações estreitas
Além de Delcídio, o empresário filiado ao PSC mantém relações estreitas com outro acusado de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, o também empresário e pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. Bumlai foi preso em 24 de novembro, um dia antes do então líder do governo no Senado, acusado de participar de um esquema de corrupção e fraude para pagar dívidas de campanha da reeleição da presidente Dilma. Neca Chaves, filha do suplente de Delcídio, é casada com Fernando Bumlai, herdeiro do pecuarista.
##### Enorme identificação
Em mensagem publicada no site de Delcídio na época da campanha, Chaves dizia ter "enorme identificação" com o companheiro de chapa. "Nunca pensei em entrar para a política, mas o convite me deixou sensibilizado a participar, especialmente porque sei que, juntos, poderemos tocar grandes projetos na área de educação e formação de mão de obra, para que o nosso Estado continue crescendo e se desenvolvendo", afirmou em 2010.
##### As doações
Naquele ano, o empresário declarou à Justiça eleitoral ter doado como pessoa física R$ 350 mil à campanha de Delcídio. A mulher dele, Reni Domingos, doou outros R$ 350 mil. Em 2014, Pedro Chaves coordenou a campanha de Delcídio do Amaral ao governo de Mato Grosso do Sul. A disputa foi vencida pelo tucano Reinaldo Azambuja. Se Delcídio tivesse sido eleito governador, Chaves teria quatro anos de mandato no Senado, mesmo sem ter recebido um único voto.
##### Quando começou?
O empresário do ramo de educação começou sua trajetória como diretor da escola Mace em 1971. Três anos depois, criou o Centro de Ensino Superior de Campo Grande (Cesup), transformado na década de 90 na Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp). Em 2007 o empresário vendeu a Uniderp por R$ 246 milhões ao grupo Anhanguera, de São Paulo.
##### Sem mandato
Por 74 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção, o plenário do Senado cassou na terça-feira (10) o mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) por quebra de decoro parlamentar. A única abstenção foi do senador João Alberto (PMDB-MA), presidente do Conselho de Ética do Senado. Dos 81 senadores, cinco não compareceram à sessão: o próprio Delcídio do Amaral; Eduardo Braga (PMDB-AM); Maria do Carmo Alves (DEM-SE); Rose de Freitas (PMDB-ES); e Jader Barbalho (PMDB-PA).
##### O terceiro
O mandato de Delcidio se encerraria em 2018. Com a decisão do Senado, ele fica inelegível por oito anos a partir do fim do mandato, ou seja, não poderá concorrer a cargos eletivos nos próximos 11 anos. Segundo a Secretaria Geral do Senado, Delcídio é o terceiro senador cassado na história da instituição. Os outros dois foram Demóstenes Torres e Luiz Estevão.
##### Tchau querida
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar da "cerimônia de despedida" da presidente Dilma Rousseff, que deve acontecer hoje, após o provável afastamento da petista pelo Senado. A ideia é que Dilma seja aguardada pelo seu padrinho político em frente ao Palácio do Planalto.
##### Novo governo
O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), presidente da comissão processante do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, acredita que a posse do vice-presidente Michel Temer no comando de um novo governo é uma expectativa positiva para o país.
##### Crise política
"O Brasil só sairá desta crise econômica em que se encontra se o país conseguir dar uma solução a crise política. Estamos a caminho desta solução", diz Raimundo Lira. O parlamentar vai continuar presidindo a comissão processante até o julgamento final do processo de destituição, que pode durar até 180 dias.
##### Área da economia
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) acredita que o governo do vice presidente Michel Temer terá que tomar iniciativas importantes, principalmente na área da economia, que sinalizem mudanças nos atos e práticas políticas. Segundo ele, o impeachment por si só não é suficiente para superar as crises política e econômica por serem muito profundas.
##### Crise profunda
"Com o novo governo a economia vai deixar de piorar porque as expectativas vão melhorar, mas será preciso muito trabalho para reverter a crise profunda em que o país se encontra", diz Ferraço.
##### Que frase!
"Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis". (Maquiavel).