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Gaza: Calor de 40ºC e falta de água ameaçam ainda mais a vida dos deslocados

Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos alerta que acesso à água doce é muito limitado

25 Abr 2024 - 20h45Por ONU News
As condições insalubres em abrigos e outras áreas estão a contribuir directamente para a crise humanitária em Gaza - Crédito: Unicef and Pnud/Abed Zagout As condições insalubres em abrigos e outras áreas estão a contribuir directamente para a crise humanitária em Gaza - Crédito: Unicef and Pnud/Abed Zagout

A cidade de Rafah, em Gaza, se tornou uma paisagem repleta de abrigos improvisados e lixo acumulado, onde as pessoas vivenciam diariamente uma “sensação de perda e medo” enquanto buscam por água, comida e segurança.

As afirmações foram feitas nesta quinta-feira pela Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, que relatou que as pessoas no enclave são “perseguidas por fome, doenças e morte”. 

Calor insuportável e acesso limitado à água

Mais de 1,5 milhão de palestinos deslocados vivem em condições precárias em Rafah, onde o risco de propagação de doenças é elevado. De acordo com a Unrwa, as taxas de diarreia e surtos de hepatite A são alarmantes. 

Além disso, com a chegada do verão, as temperaturas dentro dos abrigos improvisados estão se tornando insuportáveis. A agência da ONU alerta que o acesso à água doce é muito limitado, tornando o clima quente uma ameaça ainda maior à saúde.

Com temperaturas que chegam a cerca de 40ºC e a maioria dos deslocados vivendo com suas famílias inteiras em tendas de plástico, as condições estão se tornando “extremamente duras”.

O acesso à água, que muitas vezes é salgada, requer ficar horas em filas e o mesmo ocorre para a utilização de banheiros.

Mais de 34 mil palestinianos morreram desde o início da guerra em Gaza e cerca de 1,1 milhões enfrentam níveis catastróficos de insegurança alimentarMais de 34 mil palestinianos morreram desde o início da guerra em Gaza e cerca de 1,1 milhões enfrentam níveis catastróficos de insegurança alimentar - Foto: Unicef e Pnud/Abed

 

Bens essenciais “definham em armazéns”

Segundo a relatora especial da ONU para o Território Palestino Ocupado, Francesca Albanese, a apenas 50 quilômetros da Faixa de Gaza, ajuda e bens cruciais para a manutenção da vida, incluindo “equipamento de dessalinização de água, kits de primeiros socorros, cilindros de oxigênio e banheiros portáteis, pagos pelos contribuintes de todo o mundo, definham em armazéns”. 

Ela afirmou que o bloqueio dos itens essenciais é imposto por Israel “sob o pretexto de uso por combatentes.”

Francesca Albanese disse nesta quinta-feira que a situação em Gaza é pior do que a avaliada anteriormente, com implicações graves e multifacetadas a longo prazo.

Falando do Cairo, ela declarou que “o ritmo e a intensidade com que esta violência se espalhou pelo resto do território ocupado confirma que nenhum palestino está seguro sob o controle irrestrito de Israel”.

Ações de Israel “justificam pedido de sanções”

Após visitas ao Egito e à Jordânia, Albanese afirmou que a maioria das vítimas que conheceu sofreram ferimentos catastróficos, testemunharam a morte de familiares e experimentaram os efeitos da destruição da infraestrutura de saúde de Gaza por Israel.

A relatora especial ressaltou que os atos ocorreram mesmo depois da decisão emitida pela Corte Internacional de Justiça, CIJ, em 26 de janeiro, ordenando a Israel que evitasse o genocídio em Gaza.

Segundo ela, “as medidas humanitárias implementadas até agora, como lançamentos aéreos e corredores marítimos, “são um mero paliativo para o que é desesperadamente necessário e legalmente devido”.

A especialista considera que estas medidas são “inadequadas para aliviar a catástrofe humanitária que o ataque de Israel criou”. Para Albanese, “Israel renegou as suas obrigações internacionais a um ponto que justifica um pedido de sanções”.

A relatora especial adicionou ainda que os “horrores que as pessoas viram em Gaza são indescritíveis”, mas que sua visita também confirmou o “agravamento da situação na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental”.  

Ela mencionou o aumento das restrições e dos abusos, as detenções arbitrárias e as execuções extrajudiciais cometidas tanto por soldados israelenses como por habitantes dos assentamentos armados.

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