Associação prevê que neste ano mercado de
automóveis some 12,9 milhões de unidades
comercializadas nos EUA - Crédito: Foto: Priscila Dal Poggetto/G1
Concessionários norte-americanos estão certos de que, daqui para frente, as vendas de veículos voltarão a crescer de forma sustentável nos Estados Unidos e que, em médio prazo, retornarão ao patamar de antes da crise, de 17 milhões de unidades comercializadas ao ano. Mas isso não significa a volta da rede de concessionárias que o país já teve. Na visão do novo presidente da associação do setor, a National Automobile Dealers Association (Nada), o mercado renasce, mas a rede de concessionárias, não. Stephan Wade falou a jornalistas brasileiros durante congresso em São Francisco, na Califórnia, organizado até esta segunda-feira (7) pela entidade.Antes da crise, os Estados Unidos contavam com cerca de 20 mil concessionárias. Com a depressão, o número caiu para 18 mil, de acordo com dados da Nada. Tais lojas foram fechadas ou por falência ou por ordem das próprias montadoras, dentro de planos de reestruturação. Neste último caso, as fabricantes pagaram altas indenizações aos empresários obrigados a deixar o negócio. E a tendência é que fechem mais pontos de venda.
Wade é distribuidor de 20 marcas, sendo oito grandes, como Chevrolet, Toyota, BMW e Mercedes-Benz, e outras 12 menores. Segundo ele, até 2015 o país voltará à marca de 15 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos, no entanto, a rede de concessionárias até lá será limitada a cinco grandes grupos de capital aberto. Entre eles está o AutoNation, que possui mais de 200 concessionárias no país.
“Esta será uma consolidação importante do mercado, pois absorverá parte das concessionárias eliminadas. Como eles [os grandes grupos concessionários] têm acesso fácil a capital a custo zero na bolsa, isso facilita a compra das concessionárias que fecharam”, explica o presidente da Nada sobre a nova configuração do negócio nos Estados Unidos.
Segundo ele, para sobreviver no mercado, o concessionário precisa hoje ter mais volume de vendas e margem para correr o risco de investir em infraestrutura, conforme as condições estabelecidas pelas próprias fabricantes.
“Os Estados Unidos passam por uma fase de recuperação, com tendência de crescer (PIB) entre 3% e 3,5%”, afirma Taylor. O economista explica que o aquecimento gera a alta das taxas de juros e, assim, a valorização do dólar. “É o retorno de capital que sustenta esse crescimento. No entanto, o grande desafio do mercado norte-americano é o déficit público, gerado pelos subsídios que o governo criou para superar a crise”, explica Taylor. Segundo ele, se os gastos públicos não forem cortados, a inflação vai consumir parte desse crescimento. O que afeta diretamente a venda de veículos.
Mesmo assim, a expectativa é de que até 2012 o mercado chegue a 14 milhões de unidades vendidas. Isso porque a quantidade de veículos usados em circulação é considerada alta no país: a idade média da frota é de 10 anos, ou seja, velha para os padrões do país. “São 45 milhões de carros usados em circulação no país”, destaca o economista.
Com o cenário de crescimento, Paul Taylor ressalta a chegada de novos participantes no mercado dos Estados Unidos. “É uma questão de tempo para fabricantes como as indianas Mahindra e Tata começarem a produzir carros nos EUA.” A indústria automobilística representa 20% da economia norte-americana.