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este ano

Delegacia da Mulher instaurou mais de 800 inquéritos em Dourados

04 Ago 2016 - 10h05
Caso mais recente, o homem que tentou matar a esposa em Glória de Dourados e acabou se matando - Caso mais recente, o homem que tentou matar a esposa em Glória de Dourados e acabou se matando -
Os números da violência contra a mulher não param de crescer em Dourados. Segundo levantamento repassado pela Delegacia de Atendimento à Mulher junto a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, este ano já são 830 inquéritos abertos sobre a violência doméstica, sendo que em 2015 foram 1.460 inquéritos instaurados.

Para responsável pela Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, Danielle Viebrantz Silveira, que vem coordenado a campanha em comemoração aos dez anos da Lei Maria da Penha, no município, as mulheres estão quebrando o silêncio e denunciando a violência sofrida dentro de casa.

"Hoje os homens são presos e mantidos na cadeia por agredirem suas companheiras. Cada vez mais frequentes, situações assim rompem com o que acontecia em décadas passadas. São avanços creditados à Lei Maria da Penha", disse.

Pela estatística nacional, o Brasil ainda registra um alto índice de homicídios nesse gênero, com uma mulher morta a cada duas horas.

O último caso em Dourados foi à morte da indígena Elza de Oliveira, 25 anos, assassinada a facadas na segunda-feira passada e encontrada às margens da MS-156, entre Dourados e Itaporã. O marido de Elza e o colega dele foram presos, acusados pelo crime.

Casos semelhantes acontecem quase diariamente em Mato Grosso do Sul, colocando o Estado em primeiro lugar no ranking dos estados com a maior taxa de mulheres vítimas de violência sexual, física ou psicológica que buscam por atendimento em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Mato Grosso do Sul 37,4 mulheres a cada 10 mil habitantes, fazem parte das estatísticas. O segundo estado com maior índice é o Acre, com índice de 25,5.

Os dados integram o Mapa da Violência – Homicídio de Mulheres, um dos mais respeitados anuários de violência do País e divulgados dia 29 de maio pelo Estadão.

Pelo levantamento, o cônjuge da vítima aparece como o agressor mais frequente, responsável por 22,5% das ocorrências. Outro exemplo de violência contra a mulher, mais recente no Estado, aconteceu na terça-feira passada, na cidade de Glória de Dourados. Um homem, de 64 anos, tentou matar a esposa com um tiro, depois de uma discussão. Pensando que a mulher estava morta, atirou no próprio corpo. Ele acabou morrendo e ela sobreviveu.

Pela estatística, outras pessoas próximas de adolescentes e mulheres também são apontadas como responsáveis por ataques, como namorado, ex-namorado, irmão, pai e padrasto. Em só 13% dos casos, a agressão é cometida por uma pessoa desconhecida.

Denúncias

Em números de denúncias de violência contra a mulher, Mato Grosso está em segundo lugar, de acordo com Luciana Azambuja, subsecretária das políticas públicas para a Mulher. Ela revela que Campo Grande esse tipo de denuncia aumentou em 40% nos últimos dez anos, elevando o município para o primeiro lugar entre as capitais nas estatísticas do gênero.

Em contrapartida, Mato Grosso do Sul é pioneiro nas políticas públicas para mulheres. Antes mesmo do primeiro organismo federal (2002), já existia no Estado a Coordenadoria Especial de Políticas para Mulheres, instalada em 1999. A Delegacia da Mulher, de Campo Grande (hoje DEAM 24h), foi a segunda do Brasil e nesse ano completa 30 anos de atuação (a primeira foi em São Paulo, 1985).
"Sem dúvida, o que coloca Mato Grosso do Sul avançado no cenário brasileiro é a articulação entre o órgão gestor estadual de políticas para mulheres e outras pastas do executivo, a sociedade civil e os órgãos do sistema de justiça", disse.

Essa articulação política foram considerados quando a instalação da primeira Casa da Mulher Brasileira e também quando da escolha de Mato Grosso do Sul para ser um dos cinco Estados a receber consultoria da Organização das Nações Unidas (ONU) para adequação das diretrizes nacionais para investigação, instrução processual e julgamento de mortes violentas de mulheres, os chamados feminicídios.

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