Muitas questões envolvem a vacinação contra a Covid-19. Bombardeadas por teorias da conspiração e informações falsas, muitas pessoas questionam a segurança e a eficácia das vacinas desenvolvidas que podem conter a pandemia. O PROGRESSO reuniu informações sobre as recomendações para a aplicação desses imunizantes, de acordo com o 2° Informe Técnico do Ministério da Saúde do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, de 23 de janeiro de 2021,
Segundo o documento, a Vacina Sinovac/Butantan deve ser aplicada duas vezes, com intervalo de 2 a 4 semanas entre as doses. Já a AstraZeneca/Oxford/Fiocruz deverá ser administrada com intervalo de 12 semanas entre as doses. O informe técnico ainda orienta que, mesmo que o indivíduo seja impedido de retornar no prazo determinado, ele deve tomar a 2ª dose assim que possível para completar o esquema. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso do Sul, “as pessoas não podem tomar as doses de laboratórios diferentes. É necessário tomar a mesma vacina. Para isso, os municípios fazem o controle da vacina aplicada em cada pessoa”. Veja se alguma condição pode impedir ou adiar a imunização de determinada pessoa:
Outras vacinas
Neste momento, não é recomendado a administração simultânea das vacinas contra a Covid com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. Preconiza-se um intervalo mínimo de 14 dias entre as vacinas Covid-19 e as diferentes vacinas do PNI.
Sintomas
Pessoas com sintomas de síndrome gripal e/ou síndrome febril aguda não devem ser vacinadas. Deverá ser realizada uma triagem rápida para identificar sinais de doença respiratória e síndrome gripal. Esses pacientes podem procurar atendimento médico. “Recomenda-se o adiamento da vacinação até a resolução do quadro, com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença”, diz a nota técnica.
Curados da Covid-19
Indivíduos com histórico anterior de infecção ou com anticorpo detectável pelo Sars-Cov-2 podem ser vacinados.
Casos ativos de Covid
Entretanto, em caso de infecção em atividade, período de incubação do vírus ou assintomáticos é necessário adiar a vacinação, até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas.
Alergias
O Ministério da Saúde recomenda que seja feita uma entrevista com o paciente para constatação acerca de alergias e histórico de desmaios antes da aplicação da vacina. Quem possui algum tipo de hipersensibilidade deve consultar a bula do fabricante, verificando o princípio ativo ou qualquer dos excipientes da vacina. A segunda dose é contraindicada para aquelas pessoas que já apresentaram uma reação anafilática confirmada na primeira aplicação de uma vacina Covid-19.
Doadores de sangue
O informe orienta ficar sem doar sangue 48 horas após cada dose da vacina Sinovac/Butantan; e 7 dias após receber cada dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz.
Gestantes, puérperas e lactantes
Segundo Ministério da Saúde, “a segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas nestes grupos”. Mas para mulheres grávidas, que tiveram filho recentemente e/ou estão amamentando e pertencem a um dos grupos prioritários “a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilhada, entre a mulher e seu médico prescritor”. Sobre esse grupo, a nota ainda diz que “caso opte-se pela vacinação das lactantes, o aleitamento materno não deverá ser interrompido”.
Portadores de doenças reumáticas
Sobre esse grupo, o Informe Técnico orienta que “preferencialmente o paciente deve ser vacinado estando com a doença controlada ou em remissão, como também em baixo grau de imunossupressão ou sem imunossupressão. Entretanto, a decisão sobre a vacinação em pacientes deve ser individualizada, levando em consideração a faixa etária, a doença reumática autoimune de base, os graus de atividade e imunossupressão, além das comorbidades, devendo ser sob orientação de médico especialista”.
Imunoglobina
“Pacientes que fazem uso de imunoglobulina humana devem ser vacinados com pelo menos um mês de intervalo entre a administração da imunoglobulina e a vacina, de forma a não interferir na resposta imunológica”, diz a recomendação.
Pacientes oncológicos, transplantados e demais pacientes imunossuprimidos
“A eficácia e segurança das vacinas COVID-19 não foram avaliadas nesta população. No entanto, considerando as plataformas em questão (vetor viral não replicante e vírus inativado) é improvável que exista risco aumentado de eventos adversos. A avaliação de risco benefício e a decisão referente à vacinação ou não deverá ser realizada pelo paciente em conjunto com o médico assistente, sendo que a vacinação somente deverá ser realizada com prescrição médica”, afirma o documento.
Quem faz uso de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes orais
Conforme a nota técnica, “o uso de injeção intramuscular em pacientes sob uso crônico de antiagregantes plaquetários é prática corrente, portanto considerado seguro”. E “não há relatos de interação entre os anticoagulantes em uso no Brasil com vacinas”. Ressaltando que “Por cautela, a vacina pode ser administrada o mais longe possível da última dose do anticoagulante direto”.