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Microcefalia não causa suspensão do uso de larvicida em MS

17 Fev 2016 - 10h26
Estado e prefeituras continuarão utilizando o larvicida em locais de água parada até que Ministério da Saúde mude protocolo. - Crédito: Foto: CCZEstado e prefeituras continuarão utilizando o larvicida em locais de água parada até que Ministério da Saúde mude protocolo. - Crédito: Foto: CCZ
O Estado de Mato Grosso do Sul decidiu manter o uso do larvicida Pyriproxyfen, cuja substância que vem sendo relacionada a casos de microcefalia por grupos de médicos da organização Physicians in the Crop-Sprayed Towns, da Argentina, e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).


Em MS, mesmo com um caso confirmado da doença e outros 5 em investigação, a utilização do produto continuará sendo realizada por agentes de combate a endemias em locais de concentração de água parada como piscina, pneus, entre outros que podem ser foco do mosquito transmissor da doença.


Ao O PROGRESSO, a Comunicação da Secretaria de Saúde do Estado esclareceu que, por não existir um estudo que comprove a ligação do larvicida com casos de microcefalia, vai seguir o protocolo do Ministério da Saúde, que é pela utilização do produto. O Estado diz que está monitorando qualquer mudança a respeito, mas que por enquanto o uso do larvicida tem respaldo da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre outras agências reguladoras.

Dourados


Em Dourados, o Centro de Controle de Zoonoses também utiliza o produto, mas alerta que ele não é aplicado em água para o consumo humano, a exemplo das caixas d’águas. Nestes locais, segundo a coordenadora do órgão, Rosana Alexandre da Silva, o proprietário da casa é orientado a fazer a limpeza geral para evitar o larvicida. Ela diz que por recomendação do Ministério da Saúde vai continuar utilizando o produto.

Suspensão do larvicida


O Estado do Rio Grande do Sul suspendeu a utilização do Pyriproxyfen. no último dia 13. O Secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo dos Reis, afirmou que, mesmo sem comprovação de que a substância possa ter alguma relação com casos de microcefalia, determinou que não seja mais usada no estado. “Mesmo que ainda não haja confirmação, só a suspeita nos fez decidir pela suspensão do uso, não podemos correr esse risco”, disse Gabbardo.


Em nota, o governo do Rio Grande do Sul disse ainda que “a suspensão já foi comunicada às 19 Coordenadorias Regionais de Saúde do Estado, que devem informar às Vigilâncias Municipais.”


O governo também esclareceu que o larvicida, enviado pelo Ministério da Saúde, era utilizado em pequena escala no estado, apenas em casos específicos, quando não é possível evitar o acúmulo de água nem remover os recipientes, como chafarizes e vasos de cimento em cemitérios..

Denúncia


Enquanto a comunidade científica internacional caminha para provar a relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia, médicos argentinos chamam a atenção para outra causa suspeita de provocar a má-formação em bebês: o larvicida Pyriproxyfen, usado no Brasil desde 2014 para deter o desenvolvimento da larva do mosquito Aedes aegypti em tanques de água potável.


O primeiro dos argumentos relaciona o larvicida ao período e ao local de maior manifestação da doença. O Pyriproxyfen é utilizado, sobretudo, em regiões carentes de saneamento, onde a população precisa armazenar água em casa devido ao racionamento.


Os médicos também questionam o fato de as outras epidemias de zika, como a da Polinésia Francesa, não terem sido associadas a problemas congênitos em recém-nascidos — “apesar de infectar 75% da população nesses países”. Outro elemento reforça ainda as suspeitas de que há algo além do zika vírus nos casos de má-formação: a Colômbia, o segundo país com maior número de infectados, contabilizou mais de 3 mil grávidas infectadas, mas não há registros de microcefalia vinculada ao zika.

Brasil nega


Esta semana o Ministro da Saúde Marcelo Castro, descartou a possibilidade levantada pelos médicos sobre o uso do larvicida em água consumida pela população, afirmando que se trata de boato. “Não tem nenhum fundamento. O nosso é aprovado pela Anvisa e usado no mundo inteiro. Pyriproxyfen é reconhecido por todas as agências de regulação do mundo inteiro”, disse.


Em nota, a empresa fabricante do Pyriproxyfen afirma que “não há nenhuma base científica em tal afirmação”. De acordo com a Sumitomo Chemical, é aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para combate a mosquitos, dentre eles o Aedes Aegypti.


“Segundo a OMS, em seu documento Pyriproxyfen in Drinking-water, publicado em 2004 - também publicado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) em 2001 -, o Pyriproxyfen não é mutagênico, não é genotóxico, não é carcinogênico nem teratogênico. O produto foi submetido a rigorosos testes toxicológicos que não demonstraram efeitos sobre a reprodução, sobre o sistema nervoso central ou periférico”, continua a nota do fabricante.

Vacinas


Outros supostos boatos que circulam nas redes sociais e no WhatsApp têm espalhado informações de que lotes vencidos de vacinas contra a rubéola estaria causando o zika vírus e a microcefalia no Brasil. No final de novembro, o Ministério da Saúde esclareceu que todas as vacinas ofertadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) são seguras e não há nenhuma evidência de que possam causar microcefalia. As vacinas são fundamentais para proteger o bebê contra doenças graves. Nenhuma das vacinas administradas durante a gestação contém vírus ou outros agentes vivos”.

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