A comunidade da escola estadual Rotary Dr Nelson de Araújo, em Dourados, está apreensiva quanto ao futuro da unidade. O Governo do Estado não quer ceder os professores para a transição da municipalização do ensino.
Durante reunião na manhã desta quarta-feira (27) na Secretaria Municipal de Educação, entre professores, pais de alunos e autoridades da educação, o coordenador regional de Educação, professor Nei Elias, disse que o Governo propôs ceder o prédio, o mobiliário e os 296 alunos matriculados.
A decisão do Estado de deixar de atender a escola e de municipalizar o ensino ocorreu de forma oficial na sexta-feira, embora esse assunto já vinha se discutindo há alguns anos.
Durante a reunião de hoje, o secretário municipal de educação, Upiran Jorge Gonçalves, disse que vai tentar convencer a secretária de estado de educação, Maria Cecília, para que também cedam os educadores concursados, de forma que o ônus (remuneração) continue sendo paga pelo Estado.
"Vou brigar por vocês, mas essa decisão é apenas do Estado", disse na reunião. Ele descartou a possibilidade do prédio da escola se transformar em outro órgão. "O contrato de cessão do prédio, que é do Rotary Club, para o Estado é claro, que no local deve funcionar apenas escola", disse Upiran.
À reportagem, ele disse que caso o Governo não ceda os professores, caberá a prefeitura estudar uma possibilidade de remanejar educadores de outras escolas para a Nelson de Araújo, como também contratar profissionais. "Isso teremos que estudar com o financeiro", admitiu.
Em crise financeira, a prefeitura está com dificuldade de pagar o funcionalismo desde o mês de junho e o décimo terceiro salário dos servidores poderá ser garantido graças a um acordo em que o banco Bradesco comprou a folha de pagamento no valor de R$ 22,7 milhões.
Na reunião, os pais se mostraram preocupados e temem que a escola que atende alunos do 1º ao 5º ano perca qualidade de ensino. Atualmente ela é a segunda do Estado em qualidade, conforme o Ideb.
Conforme legislação, cabem aos municípios a responsabilidade pelas séries iniciais (1º ao 5º ano) e a segunda etapa do ensino fundamental ser partilhada entre estados e municípios. Dessa forma, num projeto de reestruturação da educação, o Governo do Estado quer fazer a lei entrar em funcionamento em várias cidades de Mato Grosso do Sul.