Após perder todas as possibilidades de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça, o ex-secretário de saúde de Dourados Renato Garcez Oliveira Vidigal também teve pedido urgência de liberdade indeferida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.
A corte máxima da Justiça brasileira negou liminar da defesa nesta quinta-feira (20/2), impedindo que Vidigal receba liberdade da PED (Penitenciária Estadual de Dourados),onde está detido desde 6 de novembro quando foi deflagrada a 2ª fase da Operação Purificação.
Nas investigações da Polícia Federal, descobriu-se indícios de que o agente público chefiava um esquema de corrupção dentro da Secretaria de Saúde, onde foi gestor entre 2017 e 2018, assumindo posteriormente a coordenação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
As apurações mostram que houve direcionamento de licitação para contratar uma marmitaria ao qual Renato e o servidor Raphael Henrique Torraca Augusto, o “Pardal”, seriam sócios. Como agentes públicos, seria preciso que a empresa fosse comandada por outro nome: Ronaldo Gonzales, apontado como laranja no esquema.
O contrato se destinada a atender demanda de refeições aos pacientes e acompanhantes da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e Hospital da Vida. As investigações estimam que o desvio de verba gire em torno de R$ 530 mil.
Conforme noticiado anteriormente por O PROGRESSO, Vidigal também teve pedido de habeas corpus, o último provimento de recurso possível, negado no STJ.
No STF, o relator do provimento de liberdade foi o ministro Marco Aurélio Mello.
Com o parecer das duas cortes, ficam ressaltadas as evidências de que em liberdade Renato teria condições de atrapalhar o andamento das investigações. Pouco mais de um mês depois de detido, Vidigal foi flagrado com celular dentro da cela em que estava detido. Como penalidade, ele foi deixado em isolamento. Ao todo 5 aparelhos da marca Iphone foram apreendidos.
O QUE DIZ A DEFESA?
O advogado do ex-secretário, João Arnar, diminuiu as decisões dos magistrados e disse que isso não representa nada ao julgamento de mérito do habeas corpus. Segundo Arnar, ainda faltam duas testemunhas a serem ouvidas e o prazo é até o dia 29/2.
Diante dos indeferimentos, nada resta à defesa a não ser esperar que os ministros avaliem a legitimidade da soltura do ex-secretário.