
Conforme o diretor da escola, Josias Aeda Marques, os alunos falam muito sobre uso de maconha e o estado de “nóia” que o entorpecente causa. Ele acredita que o ingresso dos adolescentes no mundo do crime, através dos traficantes que se refugiam nas aldeias, é evidente. “A venda das drogas é tão fácil nas aldeias que há relatos de alunos e pais sobre o envolvimento de adolescentes em esquema de disk entrega da droga”, lembra.
Foi preciso uma força-tarefa entre os educadores e direção da escola para evitar que o “mal” das drogas se espalhasse entre os alunos.
O diretor da escola, Josias, contou à reportagem que logo que assumiu o comado da escola, em 2009, a situação era de caos. Alunos andavam livremente, segundo ele, com armas brancas e entorpecentes. Na época um aluno de 17 anos, viciado em drogas, teve que ser retirado da escola para tratamento médico, mesmo contra vontade. “Ele agredia com socos e tapas as crianças menores. Além disso, tentou agredir um coordenador”, conta.
Segundo ele, a mãe informou na época que ele passou por tratamento, esteve internado, mas voltou ao mundo do vício e consequentemente ao crime.
Segundo ele, outros casos foram registrados. “Os alunos são vítimas os pais alcoólatras ou viciados em drogas.
O diretor mostra apreensões registradas este ano na escola. São porções de maconha, facas, um suporte manual que imita o cachimbo para uso de crack, entre outros. Em anos anteriores as apreensões, segundo o diretor, foram bem maiores. “Chamamos toda a comunidade escolar e expusemos o problema.
Alertamos sobre as regras da escola. À medida do possível estamos fazendo com que elas sejam cumpridas”, conta, alertando que se houvesse segurança nas aldeias, o medo, a criminalidade e a violência seriam menores.
Segundo ele, os alunos foram alertados da importância do não envolvimento com as drogas. “Dissemos a eles que quem não está interessado a estudar vai dar vaga para outro que já está na fila de espera”, disse.
O diretor diz que o problema da evasão escolar causada por drogas e alcoolismo nas aldeias está controlado hoje, mas isto porque em condições miseráveis em que a maioria das famílias vivem, a ida a escola garante ao menos o que pode ser a única refeição do dia.
Programas sociais como o Bolsa Família, teriam ajudado os alunos a permanecerem na escola, uma vez que para receberem o benefício é preciso estar matriculado e frequentando as aulas.
“Já fizemos várias reuniões com o Ministério Público Federal, Polícia Federal e Funai, mas até o momento nenhuma providência foi tomada”, disse.
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