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Zika vírus obriga saúde integrar serviços contra a microcefalia

20 Nov 2015 - 09h14Por Do Progresso
Foto: Agência Graffo - Foto: Agência Graffo -
Apesar de não ter chegado em Mato Grosso do Sul, o zika vírus, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, já mobiliza a Saúde Pública no Estado. Por estar sendo associada a bebês que nasceram com microcefalia, as gestantes estão tendo atenção especial em relação ao risco de contraírem doença. Em Dourados, a Vigilância Epidemiológia elaborou plano de controle da doença, integrando à Saúde da Mulher. Isto porque, segundo o coordenador do setor, Devanildo de Souza, se acontecerem casos da doença em gestante, elas precisarão de acompanhamento de pré natal de risco. A estrutura ofertada pelo município será a Clínica da Mulher, integrada a serviços do Hospital Universitário. A mesma preocupação está sendo destinada para eventuais pacientes com a Síndrome de Guillain-Barré, que, por ser uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano, precisará de atendimentos de ultrasson e demais exames nas articulações.

Em Campo Grande, uma estrutura de Saúde foi montada especialmente para prevenir a Doença. A Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Almeida ganhou um posto sentinela de coleta e monitoramento do zika vírus. O objetivo da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) é garantir que pacientes suspeitos da doença ou com algum sintoma sejam detectados com rapidez.

O secretário de Saúde da Capital, Ivandro Fonseca, disse ao Campograndenews que, mesmo não tendo nenhum caso e nem suspeita do vírus na Capital, a prefeitura optou pela implantação do posto para coibir a disseminação da doença, já que o vetor é o mesmo da dengue e chikungunya.

“Como existe a probabilidade de ter uma mega epidemia de dengue em 2016 precisamos nos precaver de todas as formas. O fluxo de pessoas viajando para o Nordeste é muito grande, por isso pode ocorrer a transmissão do zika vírus”, explica Ivandro. Os pacientes com suspeita de zika vírus precisam fazer o exame até cinco dias após apresentar os primeiro sintomas, já que este é possível isolando o vírus. Passando esse período o exame se torna sem efeito, pois apresentará um resultado falso-positivo.

Parto antecipado

Uma recepcionista de Itabuna, no sul da Bahia, precisou antecipar o parto por estar com o zika vírus, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, para não correr o risco de infectar o bebê. “Minha neném estava toda encaixada, já estava com 40 semanas, só esperando o momento. A médica examinou e falou que teria de fazer a cesariana para não passar o vírus para o bebê. Fiquei preocupada, tensa e muito triste porque eu queria um parto normal”, relatou Camila Martins.

Microcefalia

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, classificou como “gravíssimo” o aumento de casos de microcefalia no Nordeste e não descartou a possibilidade de que a febre zika se alastre para outros Estados e países. A Pasta investiga se a doença está relacionada ao aumento no número de casos de má formação registrados no País.

Questionado sobre os cuidados que devem ser adotados por mulheres que querem engravidar, Castro sentenciou: “Sexo é para amadores, gravidez é para profissionais”. O ministro ressaltou a necessidade de o casal discutir com o médico a conveniência de uma gestação neste momento. Se a decisão for engravidar, disse, o ideal é que todos os cuidados sejam adotados. Considerada até então uma doença rara, a microcefalia aumentou de forma repentina. O País contabiliza 399 casos, a maioria identificada nos últimos três meses. Só em Pernambuco, foram notificados 268 bebês com a má formação, um indicador 29 vezes maior do que a média anual do período de 2010 a 2014 - 9 casos. Além de Pernambuco, os nascimentos foram identificados também em Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Ceará e Bahia.

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