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Paralisação

Greve na educação segue por tempo indeterminado

28 Jun 2016 - 06h00
Professores ocuparam ontem semáforos na avenida Marcelino Pires, em frente a praça central. - Crédito: Foto: Hedio FazanProfessores ocuparam ontem semáforos na avenida Marcelino Pires, em frente a praça central. - Crédito: Foto: Hedio Fazan
A greve dos trabalhadores em Educação da Rede Municipal de Ensino de Dourados continua sem previsão de acabar.A paralisação que começou na quinta-feira segue por tempo indeterminado. Pais e estudantes devem ficar atentos quanto às aulas, já que nem toda escola aderiu ao movimento. Os Centros de Educação Infantil (CEIMs) funcionam normalmente.


Ontem pela manhã os gravistas se reuniram na praça Antônio João, onde ocorreu assembleia. A categoria decidiu pela permanência da greve. Com faixas, apitos e som partiram em seguida para os semáforos na avenida Marcelino Pires. O protesto se estendeu por toda a manhã.


No período da noite os educadores participaram de sessão na Câmara Municipal. Pediram apoio aos parlamentares para que eles cobrem a efetivação de decretos sobre reajustes salariais criados pela própria prefeitura.


O vice-presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação (Simted), Juliano Meneghetti Mazzini, diz que os educadores apenas pedem o cumprimento dos decretos. "Queremos apenas o reajuste proposto há um ano e meio pela prefeitura", argumentou. Ele se refere a incorporação do adicional de incentivo ao professores, que deveria ter sido pago a partir de 1º de abril e ao Plano de Cargos e Carreira dos técnicos administrativos. "Os técnicos, inclusive, estão sem reposição de inflação salarial desde o ano passado", informou.


A prefeitura também fez compromisso com os professores com o pagamento do percentual da diferença do piso para 20 horas que começa outubro, porém a categoria acredita que também não será cumprido. "Só queremos que as propostas colocadas em decreto pela prefeitura sejam cumpridas, nada mais", concluiu o vice-presidente do Simted, que critica a administração municipal ao alegar não ter dinheiro para, de imediato, honrar com as propostas feitas há mais de um ano e meio.


Durante a mobilização está previsto passeata na área central e a retomada de protesto em frente à prefeitura, como ocorreu na quinta e sexta-feira passada.


Dourados tem cerca de 25,4 mil alunos na rede municipal. O Simted estima que aproximadamente 17 mil deles tenham sido afetados pela greve, ou seja 70% das escolas do pré-escolar ao nono ano. Os Centro de Educação Infantil (Ceims) mantém aulas normalmente, embora alguns profissionais desses estabelecimentos tenham aderido à paralisação.

Outro lado


A Secretaria de Educação aponta números completamente diferentes. A secretária Ilda Kudo Sequia afirma que não passa de 6 mil o número de estudantes afetados pela greve. Ela disse ao O PROGRESSO que são poucas escolas que aderiram o movimento, cerca de 11%. Ela alerta aos pais que verefiquem se a escola do filho está em greve para não perder aula.


Ela disse que pediu aos educadores a suspensão da paralisação para ampliar o debate sobre as reivindicações. "A prefeitura irá cumprir com suas obrigações. Nenhum servidor público municipal teve atraso de salário na atual gestão, apesar da crise que os prefeitos estão enfretando na maioria dos municípios do Brasil. A greve prejudica mais os estudantes e também os professores, responsáveis em repor aula, posteriormente", reiterou.


Ilda Kudo argumenta que o município repassa 28% da arrecadação à educação, quando deveria ser 25%, conforme lei. "Vamos manter o diálogo com os educadores na tentativa de resolver o impasse para as aulas serem retomadas normalmente, em todas as escolas, o mais breve possível", disse.

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