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Famílias cobram da Caixa entrega das casas do Dioclécio III

28 Jan 2016 - 07h00
Caso não sejam atendidos pela Caixa, as famílias contempladas ameaçam acampar no local. - Crédito: Foto: Hedio FazanCaso não sejam atendidos pela Caixa, as famílias contempladas ameaçam acampar no local. - Crédito: Foto: Hedio Fazan
Um grupo de famílias se reuniu na tarde de ontem, em frente ao conjunto habitacional Dioclécio Artuzi III para reivindicar a entrega imediata das casas. Eles alegam que a Caixa Econômica Federal está demorando muito para autorizar os contemplados a ocuparem os imóveis e, se estes não forem entregues aos legítimos donos, eles irão acampar no local, a partir de amanhã.


Segundo eles, os imóveis já deveriam ter sido entregues e até agora nenhuma providência foi tomada. Na avaliação das famílias presentes durante o protesto, a Caixa alega que o problema é da empreiteira, uma vez que ainda faltam 6% para a obra ser concluída.


A diarista Lizandra Roberta Montezelli Borges, mãe de três filhos e líder do grupo, questiona a morosidade da Caixa no atendimento das reivindicações das famílias. “Não estamos pedindo nada demais. Queremos apenas o que é nosso, por direito, já que fomos sorteados e sabemos até qual é a casa que cada tem para morar”.


De acordo com Lizandra, “não é justo pagar um aluguel de R$ 650,00 sabendo que temos uma casa que está em nosso nome e não podemos ocupar”. A diarista disse que o marido é caminhoneiro e está se recuperando de uma cirurgia cardíaca. “Já estamos entrando em desespero. Ou pagamos o aluguel ou ficamos sem comer”, pondera.


Segundo ela, as famílias já propuseram um mutirão para terminar a construção das casas. “Na realidade, falta pouca coisa. Algumas residências estão sem vasos sanitários, outras sem vidros nas janelas ou portas. Será que eles estão esperando outra invasão igual a que ocorreu no ano passado?”, afirma Lizandra.


Situação semelhante à realidade vivida por Lizandra, é a da dona de casa Sueli Alves Dias Filha, mãe de seis crianças, moradora do Jardim Novo Horizonte, que também foi contemplada e até agora não recebeu o imóvel. “Pago R$ 500,00 de aluguel e estou sendo ameaçada de despejo pela imobiliária. Me deram um prazo de 60 dias para desocupar a casa e já se passaram 30. Não sei mais o que fazer”, desabafa Sueli, que está desempregada e com um bebê de nove meses.


Serli Correa Dourado, que trabalha como zeladora de uma igreja, disse que ora todos os dias, “na esperança de uma intervenção divina”.


À reportagem do O PROGRESSO, Serli fala com a voz embargada. “Quero aproveitar para fazer um apelo para que as autoridades, que também afirmam que acreditam Deus, olhem por nós”.


Segundo ela, os sorteios da moradias foram feitos no dia 2 de dezembro de 2013 e até agora ninguém recebeu nenhuma casa. “Quero que eles, pelos menos, nos digam a verdade sobre o prazo de entrega das nossas casas.

Invasão


A não entrega das casas às famílias sorteadas em 2013 já gerou problemas que foram parar na justiça. No dia 11 de abril do ano passado, as 450 casas do residencial Dioclécio Artuzi foram ocupadas. Para resolver o problema, a LC Braga, empreiteira contratada pela Caixa Econômica Federal, teve que acionar a justiça. Uma liminar favorável à empresa, concedida na época pela juíza da 4ª Vara Civil de Dourados, Daniela Vieira Tardin, determinou reintegração de posse das 450 casas do Residencial Dioclécio Artuzi III.


A reportagem do Jornal O PROGRESSO procurou a Superintendência da Caixa, em Campo Grande, para se posicionar sobre o assunto. Orientada pela Assessoria de Comunicação do órgão, enviou e-mail, mas até o fechamento dessa edição, não obteve nenhuma resposta.

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