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Dívida de R$ 21 milhões obriga HU demitir e fechar serviços

29 Jun 2016 - 09h33
Hospital Universitário tem dívidas de R$ 21 milhões e faz cortes de serviços em Dourados. - Crédito: Foto: Hedio FazanHospital Universitário tem dívidas de R$ 21 milhões e faz cortes de serviços em Dourados. - Crédito: Foto: Hedio Fazan
Com uma dívida de R$ 21 milhões, o Hospital Universitário de Dourados demitiu 8 médicos o que vai culminar com o fechamento de serviços como a especialidade de cabeça e pescoço, além de limitar neurocirurgia e cirurgias gerais. Segundo a direção do HU, o desligamento dos médicos ocorre por contingenciamento de despesas, para que não seja necessário o fechamento dos serviços essenciais como a maternidade

Para especialistas, a demissão dos médicos causará grande impacto para os pacientes. Somente na especialidade de cabeça e pescoço, quase 200 aguardam na fila por algum tipo de procedimento. Nesta área não haverá mais nenhum tipo de serviço, como consulta, cirurgia eletiva, de urgência e emergência.
Outro serviço afetado é o de neurocirurgia, já que a demissão dos médicos pode refletir diretamente na UTI Infantil que não pode funcionar sem o sobreaviso (plantão), conforme determina exigência do Ministério da Saúde. O mesmo pode ocorrer nas cirurgias gerais, que além das limitações não contarão com os profissionais em caso de complicações.

Segundo consta no documento assinado pela superintende do HU, Mariana Croda, no qual O PROGRESSO teve acesso com exclusividade, o Hospital realizará o desligamento imediato dos contratos para serviços que envolvem sobreaviso e serviços pelos quais não é contratualizado, "visando unicamente a manutenção dos serviços essenciais dos quais somos a única referência", diz o documento.

HU

Em nota o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) informou que possui três modalidades de contratação de médicos para compor seu quadro: admissão via concurso público sob Regime Jurídico Único (RJU), referente a seleções feitas pela UFGD, admissão via concurso público sob Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), referente a seleções feitas pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e admissão por contrato temporário via processo seletivo simplificado realizado pela Fundação Municipal de Saúde e Administração Hospitalar de Dourados (FUMSAHD).

Considerando o presente cenário de dívidas devido ao subfinanciamento pelo qual passa o hospital, em grande parcela ocasionado pelo corte unilateral de recursos por parte do gestor municipal de saúde, a administração do HU-UFGD adotou medidas imediatas de contingenciamento de despesas que envolvem o desligamento, a partir de 1º de julho, de alguns profissionais médicos contratados via FUMSAHD.

Os profissionais em questão foram contratados temporariamente para o desempenho de serviços para os quais o HU-UFGD não é habilitado e, por sua vez, não é ressarcido. Tais serviços são considerados esporádicos, como a escala de sobreaviso – significa que o profissional vai ao hospital se houver necessidade, é uma espécie de plantão à distância – e procedimentos que não constam nas metas previstas no contrato com o município.

A medida, no entanto, visa única e exclusivamente o não fechamento de outros serviços, ditos essenciais, dos quais o hospital é a única referência na região como o atendimento materno-infantil.
Cabe informar que o HU-UFGD possui atualmente 70 médicos contratados pela FUMSAHD e está efetuando o desligamento de apenas sete profissionais como forma de contingenciamento de despesas, ficando a cargo da gestão municipal de saúde definir como funcionarão os serviços que o hospital não mais realizará, que são cirurgias de cabeça e pescoço e neurocirurgias pediátricas.

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