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"A Voz" silencia e jornalismo regional perde uma referência

08 Ago 2016 - 08h27
Jornalista e bacharel em Direito Antônio César Cordeiro é lembrado pela excelência profissional - Jornalista e bacharel em Direito Antônio César Cordeiro é lembrado pela excelência profissional -
Dourados se despediu ontem do jornalista César Cordeiro, 48 anos. "A Voz" silencia mas deixa um legado ao jornalismo de Mato Grosso do Sul. A redação do Jornal O PROGRESSO, consternada pela perda do colega, deve seguir em frente em memória deste baluarte do jornalismo sul-mato-grossense.

Na tarde de 14 de julho, quinta-feira, César chegou a esta redação, feliz, indicando um novo restaurante onde havia acabado de almoçar. Escreveu sobre o Museu da Colônia Agrícola, a última reportagem, e entregou para editora que publicou no sábado, dia 16. Ele avisou que iria à farmácia buscar um medicamento e voltaria logo.

Chegou lá passando mal, o Samu foi acionado e encaminhou César para o Hospital Santa Rita onde foi submetido a exames, cirurgia e morreu na tarde de sábado, 23 dias depois, vítima de complicações do quadro decorrente de um Acidente Vascular Cerebral.

O jornalista e bacharel em Direito, deixa a esposa Izabel Cristina, as duas filhas, Caroline e Amanda, duas irmãs, dois irmãos e a mãe, Nair. O corpo foi velado no Complexo Pax Primavera e sepultado, na tarde de ontem, no Parque das Primaveras.

A diretora-presidente do O PROGRESSO, Adiles do Amaral Torres, tem boas lembranças de César. "Era uma pessoa calma, equilibrada, alegre e um profissional responsável", enfatiza. Cesar, que em O PROGRESSO assinava a Coluna Atenta, também apresentava o Rit Cidade. na TV Rit.

O presidente do Clube de Imprensa de Dourados e colega de redação, repórter fotográfico Hedio Fazan, acompanhou todos os dias de César, no hospital. "Além de excelente profisisonal, ele era um amigo-irmão".
O jornalista do O PROGRESSO, Marcos Morandi diz que, além de deixar registrada a sua contribuição para a construção do jornalismo em Dourados e em MS, com suas ideias e sintonia fina com a notícia, César Cordeiro, fica na memória como uma pessoa de bom coração, um ser generoso. "Seu texto simples, irônico e bem humorado e sua voz marcante, ficarão gravados nas minhas recordações. É preciso encontrar forças para conviver com o vazio que ficou na redação", diz.

A jornalista Marli Lange, colega de redação em O PROGRESSO, relembra a véspera do dia em que César sofreu o AVC. "Era final do expediente, já tínhamos fechado todos os cadernos e a gente ria muito, motivados pelo que se escreve no face. Eu não fui poupada...Ele [César] ‘em alto e bom som’, leu um dos meus pensamentos... e a Valéria [Araújo], gravou ele me imitando!!! A gente riu muito ...não sabia, mas foi a nossa despedida dele! Agora, a redação ficou silenciosa sem o som da voz e das risadas do César".
O jornalista Marcos Santos diz que será difícil retornar à redação de O PROGRESSO, "encontrar a mesa vazia e saber que ele não mais retornará; que não mais alegrará nosso ambiente de trabalho com suas gargalhadas fáceis. (...) eu não perdi um colega de trabalho, perdi um irmão".

Outro amigo de quase 30 anos, o jornalista Elias Ferreira, diz que o jornalismo regional perde uma de suas referências. "Os amigos e colegas de trabalho e profissão perderam um companheiro sempre disposto a ajudar. Sua trajetória foi marcante entre nós, que manteremos sua memória sempre viva em nossas mentes e corações. Emblemático, César fazia jornalismo de massa, para o povo entender. Estilo único, responsável que tinha em suas fontes uma relação fiel e verdadeira. Aliás, foram as fontes que fizeram dele o jornalista que se tornou. César foi intenso em tudo que fez", conclui Elias Ferreira.

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