
Cerca de 11 mil médicos do Paraná deixaram de atender através dos planos, neste dia de paralização. O número corresponde a pouco menos de 60% do total de médicos no estado.
Para Macedo, há mais de dez anos os planos de saúde reajustaram os preços em mais de 130%, mas os profissionais receberam aumento de 44%.
No ano passado, a Associação Médica Brasileira teria editado uma tabela que foi desconsiderada pelas operadoras. Nela, o preço de uma consulta deveria ser R$ 60, com possível variação de 20% para mais ou menos. Com descontos de impostos e insumos do consultório, o ganho real por consulta seria de pouco mais de R$ 5.
Em nota oficial, a AMP cita “19 anos de defasagem”, em referência a uma tabela constituída em 1992, utilizada por “90% das operadoras”.
Questionado sobre quem lucrou (com aumento de 130% e repasse de 44%), Macedo respondeu aos jornalistas: “Vocês é que têm que responder isso”. O funcionamento das cooperativas médicas foi um assunto desviado por Macedo e outros três médicos que estavam na mesa.
“A maior parte das seguradoras de saúde pertencem a bancos. E, vocês sabem, melhor que um banco [para ganhar dinheiro] , só um banco quebrado, porque o governo ajuda”, disse o 2º secretário do Conselho Federal de Medicina, Gerson Zefalon Martins. De acordo com ele, as 144 operadoras do país faturaram R$ 70 bilhões em 2010, em um esquema que envolve 175 mil médicos. “A medicina não pode ser exercida como comércio”, disse.
#####Descredenciamento
A partir do dia 23 de abril, 40 médicos de Ivaiporã, município do interior do Paraná, vão deixar de atender diretamente aos planos de saúde. Eles pediram descredenciamento das operadoras, informa o presidente José Fernando Macedo. Médicos de Campo Mourão, Londrina, Maringá, União da Vitória e Foz do Iguaçu seguiriam, em breve, pelo mesmo rumo.
“Os médicos vão continuar atendendo os pacientes. No fim da consulta, vão cobrar o preço que consideram justo. Então os pacientes pegam o recibo e pedem o reembolso aos planos”, explicou. Porém, os planos costumam reembolsar o preço da própria tabela, o que faria com que o paciente pagasse a diferença. Sobre isso Macedo disse “a população vai entender”.
“Não é greve. É um alerta às operadoras”, finalizou. (G1)
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