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Cultura

‘É preciso um projeto arquitetônico para discutir a reforma do teatro’, diz Mara Caseiro

Presidente da Fundação de Cultura de MS afirma que a prefeitura precisa criar o projeto para buscar recursos

10 Nov 2020 - 08h49Por Flávio Verão
‘É preciso um  projeto arquitetônico para discutir a reforma do teatro’, diz Mara Caseiro - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Interditado pelo Corpo de Bombeiros desde março, o Teatro Municipal de Dourados segue praticamente abandonado. Com estrutura comprometida, o espaço não pode mais realizar nenhum tipo de espetáculo até que uma série de irregularidades sejam sanadas. Uma reforma geral seria a principal solução. “Precisamos de um bom projeto arquitetônica para discutir revitalização”, diz Mara Cadeira, presidente da Fundação de cultura de MS. 

Inaugurado em abril de 1998, o Teatro é o único local do município com capacidade para receber espetáculos artísticos. A estrutura conta com 420 lugares e desde a criação não recebeu uma ampla reforma, apenas ‘retoques’. Embora esteja em condições precárias há um bom tempo, a prefeitura chegou a divulgar edital de reserva do espaço para o segundo semestre deste ano, sendo barrado pelo Corpo de Bombeiros.

O motivo seria rachaduras presente no prédio, infiltrações, além de problemas no forro, vidraças, parte elétrica e nas instalações anti-incêndio, que precisam passar por uma série de adequações para cumprir exigências legais. Na época em que o Teatro fechou, o secretário de Cultura disse à reportagem que entre as principais necessidades estariam ainda a revitalização dos banheiros, conserto de vazamentos, restauração da parte elétrica e pintura. 

Embora a cidade mantém escolas de diferentes segmentos culturais e possui curso universitário de Artes Cênicas (UFGD), a cultura sempre foi vista como segundo plano pelo poder público. Várias administrações municipais de diferentes partidos passaram por Dourados e nenhuma delas levou adiante o projeto de revitalização do teatro.

A presidente da Fundação de Cultura de MS diz que sem um projeto arquitetônico não é possível discutir em revitalização. Ela falou que deputados estaduais a procuraram para discutir o assunto, mas que cabe à Prefeitura de Dourados realizar o projeto para conseguir recursos. 

“A prefeitura tem que entender que tem que ter os dois entes nesse projeto [Prefeitura e Governo do Estado], mas pra isso precisa de bom projeto arquitetônico que a administração municipal necessita apresentar, detalhando custos de obras”, disse Mara, que semana passada esteve em Dourados em reunião com artistas locais. 

Ela ainda destacou: “Tenho certeza que o Governo do Estado e a Fundação de Cultura têm interesse em colaborar com a reforma, mas é preciso ter vontade política, o Governo já tem, falta fazer esse projeto para ser apresentado à Fundação”, explicou.

Em Campo Grande a Fundação de Cultura está com projeto de restauração e ampliação do Centro Cultural José Octávio Guizzo (CCJOG) e do Teatro Aracy Balabanian. No início do segundo semestre deste ano o governo concluiu obras de revitalização da Colônia Paraguaia da Capital, investimento de R$ 1,4 milhão, valor próximo ao que se estima a reforma do Teatro Municipal de Dourados. 

Interior carece

Tradicionalmente os governos investem em cultura nas capitais do Estado. Em Mato Grosso do Sul essa hegemonia foi quebrada apenas pelo ex-governador Zeca do PT, criador do Festival de Inverno de Bonito, em 2000, e do Festival América do Sul, em Corumbá, no ano de 2004. Ainda no governo de Zeca havia o projeto Temporadas Populares, com shows regionais e nacionais a valores acessíveis no interior. De lá para cá apenas Campo Grande foi beneficiada com projetos culturais. Conforme Mara Caseiro, havia a expectativa de realizar ainda este ano um projeto semelhante ao Festival de Bonito e de Corumbá na região Conesul, sendo impedido pela pandemia do novo coronavírus.  “Cultura não é só entretenimento; gera renda e movimenta economia de um município. A ideia era ter no Conesul um evento como de Bonito, que gira R$ 14 milhões, dinheiro que fica nos hotéis, postos, restaurantes, entre outras áreas”, diz a presidente da Fundação de Cultura de MS. Além do apoio da Fundação e do Governo do Estado, uma das saídas para fomentar a cultura no interior, conforme Mara, seria a de buscar parceria público-privada. Pra isso, segundo ela, é preciso que o gestor municipal tenha um olhar de que a cultura não é só entretenimento e sim empreendedorismo, geração de emprego.

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