A solenidade de abertura do evento reuniu autoridades e interessados na questão agrícola da região. “Esse evento marca um importante momento de aprendizagem e de troca de experiências com os produtores rurais que utilizam modelos sustentáveis de produção nas suas propriedades rurais e os participantes do Simpósio”. Com essas palavras o Chefe-Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas deu início às atividades do evento.
Lamas disse ainda que a escolha do tema do Simpósio desse ano, “Em busca da sustentabilidade”, está relacionada ao objetivo do evento que consiste em abordar a sustentabilidade em seu sentido mais amplo, relacionado aos aspectos de geração de renda, princípios ecologicamente correto, modelos socialmente justos e politicamente adequados. “Precisamos aproveitar essa oportunidade para refletir juntos sobre o modelo de agricultura que estamos utilizando ao longo dos últimos anos”, concluiu.
O Presidente do Grupo Plantio na Palha (GPP), Ângelo Ximenes, enfatizou a importância da busca da sustentabilidade num momento em que existe um conflito entre oferta e demanda no agronegócio. “Existe uma necessidade de estabelecer modelos de produção que permitam obter um melhor resultado econômico e social, de olho nas questões ambientais”, concluiu ele.
O Vice-presidente do Sindicato Rural, Lúcio Damalia destacou, por sua vez, que a evolução tecnológica atualmente é constante, mas que é preciso encontrar formas de conciliar o uso de tecnologias com as novas estratégias de manejo com o dia-a-dia do campo.
Na palestra de abertura intitulada “Momento atual da agricultura regional”, proferida pela Engenheiro Agrônomo e consultor técnico da Coperplan, Gilberto Darci Bernardi, os participantes puderam conhecer os principais entraves e problemas que impedem um maior avanço e aumento da competitividade da lavoura de grãos e produção de carnes frente a outras atividades.
A diversificação de culturas foi o tema do primeiro painel de debates do evento. Na ocasião, os participantes puderam conhecer as experiências do produtor Karl Isenberg, da fazenda Bom Futuro, de Aral Moreira (MS).
Ele disse que trabalha com um planejamento de rotação de culturas para o ano todo, sendo que no verão cultiva algodão, milho e soja e no inverno aveia e centeio. “A monocultura ou mesmo o sistema de sucessão de duas culturas degradam a natureza”, disse. Dentre os inúmeros benefícios da diversificação de culturas, Karl destacou a maior estabilidade econômica para o agricultor e a melhor utilização do solo e de seus nutrientes.
Ele explicou que o esquema de rotação de culturas que tem adotado promove cobertura do solo por mais tempo, sendo eficiente no controle de plantas daninhas, incremento de matéria orgânica e estrutura do solo e reduzindo o uso de inseticidas.
O segundo painel do evento teve como tema os sistemas integrados de produção de cana-de-açúcar e foi conduzido pelo produtor rural e presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes. Ele destacou as vantagens da produção de cana-de-açúcar, que vegeta o ano inteiro, reduzindo os riscos inerentes ao sistema produtivo. “Além disso, a cana possui um sistema radicular que contribui com mobilidade de nutrientes no solo, contribuindo com um aumento de produtividade como um todo.
Aliado a metodologia de rotação de culturas, esse tipo de lavoura proporciona quebra do ciclo de pragas e doenças”, explicou. Durante a tarde, os participantes conheceram detalhes da produção consorciada de milho safrinha com braquiária e da integração-lavoura-pecuária (iLP).
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