Crédito: Luiz GuilhermeMau-cheiro, água preta com crosta de fezes e muito lixo doméstico como restos de armários, guarda-roupas e sofás. Essa é a atual situação do córrego Água Boa, em sua extensão localizada no bairro Vila Cachoeirinha, em Dourados.
Ao O PROGRESSO, os moradores relataram que há aproximadamente um mês começaram a ser despejados esgoto no local que, segundo eles, seriam da central de tratamento da Sanesul – concessionária de água que atende o maior município do interior de Mato Grosso do Sul.
Além da questão ambiental, vale ressaltar que 50% da cidade é abastecido pelo Rio Dourados, que recebe água desse córrego. “Há cerca de um mês temos que lidar com isso, com o cheiro insuportável de esgoto. Já reclamamos, pedimos providências, porém falaram que quando fosse despejado esgoto, era para avisar [a Sanesul], que eles viriam jogar água limpa”, relatou uma moradora indignada.
A reportagem também foi informada de que desde domingo muita sujeira tem sido ‘liberada’ no local. Outro problema é a falta de conscientização da própria população que acaba fazendo das margens do córrego, um lixão a céu aberto, jogando, inclusive, animais mortos.
No último dia 21, à noite, os moradores tiveram dificuldade até para dormir. “Domingo despejaram esgoto aqui, na segunda-feira [22] também. É triste olhar para esse córrego e ver essa situação, além desse cheiro forte. Se tinha peixe aqui, já morreram todos”, comenta a moradora.
O que diz a Sanesul
O PROGRESSO questionou a empresa responsável pelo tratamento de esgoto de Dourados, a Sanesul, e a mesma informou que um auxiliar técnico esteve no córrego Água Boa, e encontrou um animal em decomposição, o que estaria ocasionando o mau-cheiro. Questionado sobre a crosta de fezes, o diretor-regional da concessionária, Madson Valente, disse que isso acontece normalmente, no período de chuvas. “Com certeza há ligações clandestinas de esgoto, jogando nas galerias pluviais. E isso é de responsabilidade do Executivo (prefeitura), nós não temos poder de polícia, não podemos autuar, mas denunciamos no Imam (Instituto de Meio Ambiente) e posteriormente, na prefeitura, que pode resolver essa questão”, pontuou.
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