O homem, de 31 anos, já estava sendo investigado há cerca de quatro meses pela DRCPIM. Ainda de acordo com o delegado Alessandro Thiers, o suspeito, que se apresentou à polícia como sendo o maior hacker do Brasil, se passava como representante da Microsoft e tentava vender softwares tanto para empresas, quanto para pessoas comuns.
“Ele é uma pessoa bastante articulada e inteligente. Além disso, apesar de não ser considerada uma pessoa violenta e agressiva, a lesão que ele causou se não foi maior é tão grande quanto a de um traficante, porque ele aplica golpes nos mais diversos tipos de pessoas, como um grande traficante de drogas ou de armas”, disse o delegado.
De acordo com o delegado, o clube de futebol chamou a polícia após entrar em contato com representantes da Microsoft no Brasil. Policiais militares do serviço reservado do 2º BPM (Botafogo) montaram um cerco e conseguiram prender o suspeito. A polícia informou também que ele já tinha praticado o crime contra outro clube, quando recebeu R$ 30 mil.
Outros crimes
Ele também é suspeito de ter roubado R$ 6 milhões de um banco. “Ele teria aplicado alguns golpes contra o Banco do Brasil anteriormente”, disse Thiers, que afirmou, ainda, que a polícia investiga a participação de outras pessoas no esquema: “Há informações de que outras pessoas teriam participado dos golpes, mesmo que indiretamente”, completou ele.
Segundo o delegado, o homem vinha aplicado os golpes há cerca de dois anos. Os agentes ainda não divulgaram o número de empresas que foram vítimas do suspeito, mas afirmou que algumas já foram identificadas.
"Lista negra"
O delegado Alessandro Thiers também informou que o suspeito já fazia parte de uma espécie de “lista negra” da Microsoft. Um representante da companhia também foi convidado a depor. “A Microsoft já tinha denúncias contra este homem e já havia informado à polícia. Ele chegou a cobrar multas altas até de empresas que estavam em dia com as licenças”, disse.
O suspeito foi levado para a sede da DRCPIM. De acordo com a polícia, ele foi autuado por falsidade ideológica, estelionato, crimes contra lei de propriedade industrial, crimes contra relações de consumo, crimes contra a ordem tributaria e economia e fraude no comércio. Se condenado, ele pode pegar mais de 20 anos de prisão.
Investigações
A polícia investiga, agora, como o suspeito teve acesso a documentos e informações da Microsoft. “A gente vai intimar um representante da Microsoft na delegacia. Queremos saber quais outras empresas teriam ligado para essa pessoa e como ela conseguiu essa documentação e teve acessos às informações e cópias de documentos da Microsoft”, disse.
A polícia pede para quem tenha sido vítima do suspeito ou possua informações que ajudem na investigação que compareça à delegacia ou entre em contado através do telefone 2334-9742.