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Vacina totalmente brasileira contra Covid-19 avança para 2ª fase dos estudos

01 Mar 2021 - 09h47
Laboratório da UFMG que estuda vacina brasileira contra o novo coronavírus - Crédito: UFMG/DivulgaçãoLaboratório da UFMG que estuda vacina brasileira contra o novo coronavírus - Crédito: UFMG/Divulgação

O CT-Vacinas (Centro de Tecnologia em Vacinas) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) terminou a primeira etapa da pesquisa de uma vacina contra a covid-19. A segunda fase, que testa o imunizante em humanos, começa em março.

Dividida em três fases, deve durar entre 12 e 14 meses, para que a vacina possa ser aprovada e ter início a produção em escala industrial. Mas isso depende do fluxo de investimentos.

Segundo a coordenadora do CT-Vacinas, Ana Paula Fernandes, o grande diferencial da vacina da UFMG, em relação àquelas produzidas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio, é o fato de os insumos necessários - o chamado IFA (ingrediente farmacêutico ativo) - serem todos produzidos no Brasil.

Os testes clínicos em humanos têm custo de R$ 30 milhões nas duas primeiras fases: preparação dos laboratórios da Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Belo Horizonte, para a escala industrial e avaliação da resposta de um grupo de 40 pessoas ao imunizante.

Na terceira parte, explica Fernandes, serão testadas 20 mil pessoas, necessitando recursos acima de R$ 100 milhões.

A cientista afirma que, embora o investimento seja alto, "é menor do que aquele feito para a transferência das tecnologias de fora".

"O sistema de vacinas brasileiro está atrofiado. Além do Butantan e da Fiocruz, temos somente a Funed com capacidade de produção de imunizantes, mas que também está engessado", diz Fernandes.

"A vacina ainda não tem nome. Mas, como estamos construindo um processo do início ao fim, estamos chamando de vacina de raiz", diz ela.

O desenvolvimento da vacina da UFMG teve início em fevereiro de 2020, quando começou a pandemia no Brasil. Foram gastos R$ 5 milhões, bancados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, com participação de 30 profissionais da universidade e apoio de pesquisadores da Fiocruz, da USP (Universidade de São Paulo) e da própria Funed.

Fernandes conta que todo o desenvolvimento da pesquisa está sendo informado à Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), por meio de relatórios parciais, entregues periodicamente, para que sua aprovação seja rápida após a conclusão dos estudos.

Como são as fases dos testes em humanos?

A previsão de Fernandes é que as duas fases iniciais levem entre seis e oito meses.

Serão testadas cerca de 40 pessoas para analisar se o imunizante induziu uma reação do sistema imune, como produção de anticorpos e ativação de células envolvidas na resposta celular. Será verificado também se a vacina não causa efeitos colaterais graves, que é o nível de segurança do imunizante.

A última fase é ampliar a pesquisa para 20 mil pessoas, antes do pedido de aprovação na Anvisa. A duração desta etapa é de mais seis meses.

A UFMG usa tecnologia semelhante à da vacina de Oxford, em parceria com a empresa AstraZeneca. Opera com vetores virais (vírus não patogênicos para os seres humanos) capazes de codificar proteínas do novo coronavírus sem causar a doença, mas estimulando a produção de anticorpos e de células de defesa.

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