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Pais tiram criança de 4 anos de escola onde foi empurrada vítima de racismo

13 Mar 2024 - 09h15Por Redação/ Dourados Agora
Pais tiram criança de 4 anos de escola onde foi empurrada vítima de racismo -

A menina negra de 4 anos que foi empurrada a força pelo pai de um aluno da Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, em Campo Grande, vai mudar de colégio. O caso ocorreu na segunda-feira (11) após a criança abraçar o filho de 4 anos do agressor.

Nas imagens que estão sendo divulgadas nas redes sociais, é possível ver quando a criança dando um abraço no colega. Em seguida, o homem se aproxima e empurra a menina com força. E, em poucos segundos, ele vai embora do colégio levando o filho pelos braços.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi acionada e o caso foi registrado na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). Em depoimento, o pai da criança, admitiu o que fez e alega apenas ter ficado com raiva e nervoso ao ver a criança abraçando seu filho, sem maiores ou outras justificativas. E, admitiu ainda que já ordenou que o filho desse “uma porrada” na criança, caso ele fosse “importunado”.

As advogadas da família, Lione Balta Martins Cardozo e Flávia Heloisa Anselmo, afirmaram que a pequena não está mais indo à escola, pois, os pais estão com medo do que possa acontecer e aguardam a resposta da Secretaria Municipal de Educação (Semed) para uma nova vaga escolar em outro colégio. Além disso, após ter passado pela repreensão na escola, a menina teve contato com o agressor na DEPCA.

Em um certo momento, quando a criança o viu, ela disse para mãe – “Ele está sendo preso, mamãe? Ele é o pai do meu amiguinho que brigou comigo na escola”, esse foi o relato da menina. Em seguida, ela passou por depoimento especial e confirmou o caso.

Investigação

Por meio de nota, as advogadas da família, Lione Balta Martins Cardozo e Flávia Heloisa Anselmo, informou que o pai do menino invadiu a escola, no qual é proibida a entrada de pessoas que não trabalhem ou estudem no local, após, visualizar a criança dando um abraço em seu filho.

De acordo com Liane, a criança é educada, gentil e amorosa. “Ela acabou de sair da creche e estudam juntos na mesma sala. Em depoimento, ele alega que ficou nervoso, pois, pediu mais de 5 vezes para diretora da escola para poder entrar, sendo que é proibido a entrada de pessoas que não trabalhem ou estudem no local. Em seguida, ele puxou a diretora pelo punho, a empurrou e invadiu o colégio”.

“Se ver nas imagens, quando ele entra na escola dá para ver que a menina não está mais nem abraçada com o filho dele. Ela chegou, cumprimentou ele e conversou um pouco. Mas, quando o pai do menino vê que ela está perto, ele empurra ela. A criança chega a tropeçar e fica acuadinha no canto. No entanto, a questão do racismo não foi levantado pela família e nem pelo escritório. Mas, o que acontece é que não existe um motivo plausível para o que aconteceu”, reforçou Lione.

A advogada relatou que não entende o motivo de recriminar o abraço e qual o problema de uma criança não poder encostar em outra? O pai agressor alegou que o menino não gosta de contato. Sendo assim, é preciso saber se ele tem alguma doença e se ainda isso está constatado em um laudo médico. Já a Flávia Heloisa esclareceu o ponto que nas imagens da câmera de segurança é possível ver que em nenhum momento o menino reage negativamente ao abraço da colega. “Então, a problemática se ficou em torno do pai”.

“Não posso afirmar se foi ou não racismo, mas não descarto a possibilidade, pois, vivemos em um país estruturalmente racista”, enfatizou Lione. Além disso, a advogada afirmou que agora com mais provas que são as postagens do agressor nas redes sociais dizendo ‘morte a negrada’, a ótica do caso é totalmente diferente. “Estamos em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) para conseguir andamento no caso, pois, a pequena está totalmente assustada com a situação e não podemos deixar que esse caso em pleno 2024 caia no esquecimento”.

Diante dos fatos, o caso segue sendo investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).

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