Somente presos considerados de altíssima periculosidade e que são vinculados ao PCC, Dourados já comporta 731 detentos -
Além das ameaças de rebelião por todo o Estado e a crise ocorrida na Penitenciária de Naviraí, o Estado de Mato Grosso do Sul perde R$ 11,5 milhões por mês com a custódia de presos por tráfico internacional de drogas, que é competência da União. De acordo com o diretor da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa, são 6 mil presos nesta condição. Cada um custa R$ 1.850,00 por mês. Por ano esta conta chega a R$ 138 milhões que o Estado perde com presos da união. Com esses valores, a secretaria de Segurança Pública poderia investir na contatação de servidores, ou na construção de unidades prisionais para acabar com as superlotações, por exemplo. Hoje MS é o líder no Brasil em população carcerária se levada em consideração a média per capita.
De acordo com o Ailton Stropa, em Dourados, 40% do total de 2.400 detentos são de responsabilidade da União. "A responsabilidade do cuidado da fronteira é da União, porém é o Estado que acaba fazendo isto porque com equipe eficiente, acaba prendendo traficantes de países vizinhos e impedindo que eles se desloquem para outros locais do Brasil. O problema é que atuando em cerca de 80% das prisões de tráfico internacional, o estado acaba bancando esses milhares de presos que seriam de competência da união", conta, observando que a média nacional a cada 100 mil habitantes é de prisões de cerca de 300 pessoas. Em MS as prisões são o dobro. Conforme ele, o estado acaba assumindo esta responsabilidade porque a união só dispõe de 5 presídios federais e com lotação máxima de 1.100 internos.
Ailton Stropa disse ainda que para reparar esta situação, o secretário de Segurança Pública José Carlos Barbosa, está intervindo junto ao Ministério da Justiça para pedir que a União repasse o custo de R$ 11,5 milhões para o Estado por mês. A medida tem a finalidade de fazer com que o governo federal assuma "seus" presos. "MS economizaria muito e poderia investir no reforço da segurança", por exemplo.
PCC
Somente presos considerados de altíssima periculosidade e que são vinculados ao PCC, Dourados já comporta 731 detentos, o que já seria a capacidade máxima do Presídio Estadual de Dourados. De acordo com relatório do Conselho Institucional de Segurança Pública de Dourados (Coised), no total, o presídio concentra hoje 2.450 detentos, e se levado em conta o número de habitantes, é a maior superlotação do Estado.
Em recente reunião com o secretário de Segurança Pública, José Carlos Barbosa, o Conselho apontou necessidades urgentes para manter a segurança dentro e fora do presídio. Entre as necessidades, está a construção de uma estrada pavimentada em torno da muralha, "já que isto possibilitaria o acesso rápido de viaturas e rondas motorizadas no local, dificultando que terceiros introduzam drogas, armas e aparelhos de telefonia celular no interior da penitenciária", destacou