PF cumpre mandados de busca e apreensão em Campo Grande - Crédito: Foto: Fabiano Arruda/ TV Morena
A Polícia Federal (PF) comprovou, durante a investigação sobre a associação criminosa que estava falsificando documentos em Mato Grosso do Sul, que os envolvidos cobravam cerca de R$ 10 mil para adquirir os papéis e legalizar a entrada de estrangeiros no país. Por meio de interceptações telefônicas e um flagrante na delegacia de Ponta Porã, a 326 km de Campo Grande, quatro pessoas foram identificadas. No entanto, existe a suspeita de mais envolvidos no esquema."São pessoas do Líbano, Arábia Saudita e Palestina nos quais eles mantinham contato. Os envolvidos, que por enquanto não terão a identidade revelada, inseriam dados falsos no sistema e, com um papel verdadeiro e de boa qualidade, tendo somente as informações falsas, eles conseguiam facilmente retirar todos os outros documentos e com isso ter os mesmos direitos de um brasileiro nato", afirmou ao G1 o delegado Glauber Fonseca, um dos responsáveis pela investigação.
Até o momento, a PF aponta um lucro de pouco mais de R$ 50 mil. Além dos envolvidos, existe a possível participação do funcionário de um cartório no distrito de Aerado, em São Gabriel do Oeste, que fica na região leste do estado. Nesta terça-feira (25), houve buscas no cartório, bem como em uma casa do município e três residências de Campo Grande.
"O grupo poderia crescer muito, com certeza. No caso da pessoa que disse ser vítima e pagou uma quantia considerável, nosso entendimento é de que ele sabia que estava comprando documento falso e até mesmo por isso foi indiciado. Neste caso, a pessoa manteve contato com um amigo do pai dele, entrou no Rio Grande do Sul pelo Uruguai e, posteriormente, veio para Mato Grosso do Sul", ressaltou Fonseca.
Nos locais de busca, foram encontrados documentos em nome de pessoas que podem participar do esquema, celulares, computadores, documentos de origem estrangeira e outros petrechos apreendidos e encaminhados para perícia. Conforme o delegado Cléo Mazzotti, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado, os envolvidos vão responder por corrupção passiva e ativa, falsificação de documento público, associação criminosa e uso de documento falso.
Entenda o caso
A PF deflagrou terça-feira (26), em Mato Grosso do Sul, operação contra grupo suspeito de falsificar documentos públicos com objetivo de legalizar a entrada de estrangeiros no Brasil. Ao todo, a operação Falsário cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Campo Grande e São Gabriel do Oeste, município a 140 quilômetros da capital. Lá fica o distrito de Areado, onde, segundo a PF, está o o cartório que inseria dados falsos nos sistemas de informação para gerar certidões de nascimento falsas.
Apesar de inseridos em sistema, os dados constantes nas certidões de nascimento não existiam no respectivo livro do cartório. Entretanto, esses documentos tinham total credibilidade perante outros órgãos públicos, uma vez que eram emitidos por um órgão autorizado e detentor de fe pública.
O esquema foi descoberto quando uma pessoa beneficiada pela falsificação tentava tirar passaporte na Delegacia de Polícia Federal de Ponta Porã.
Ela estava com certidão de nascimento, RG, CPF e certificado de dispensa de incorporação falsos e foi presa em flagrante pelo crime de uso de documento falso.
Vinte policiais participam da ação.