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Escolas boicotam eleição de diretor

27 Jan 2011 - 18h27
Reunião na tarde de ontem criou minuta para preparar eleição direta nas escolas - Crédito: Foto: Hedio FazanReunião na tarde de ontem criou minuta para preparar eleição direta nas escolas - Crédito: Foto: Hedio Fazan
DOURADOS – A escolha para o cargo de direção nas escolas indígenas municipais de Dourados é um caso sério. Das seis existentes nas aldeias Jaguapiru e Bororó, uma delas, a Ramon Martins, corre o risco de atrasar o início do ano letivo, em 7 de fevereiro. Sem diretor, pais dos alunos não querem matricular seus filhos.

O cargo mais alto nas escolas indígenas sempre foi decidido por meio de acordo, com exceção da Tengatui Marangatu. Somente nesta tem eleição com votação direta para a escolha de diretor que ocupa a função por três anos. As demais elegem seus representantes por meio de reunião que não envolve toda a comunidade escolar.

O PROGRESSO apurou com professores das escolas que o problema é antigo. Como essas não têm respaldo específico que trata exclusivamente sobre a educação indígena, acabam seguindo a lei orgânica do município que rege sobre as escolas de Dourados. O problema é que a maioria não segue, e por ter autonomia própria administram a instituição de acordo com cada política interna.

Isto dá brecha para a nomeação de diretores de escolas que não possuem o ensino superior, muitas vezes nem preparado para o cargo. Denominados como coordenadores administrativos, assumem a função de diretor por um período de um ano. Vencido o prazo, indicam uma outra pessoa próxima a ela.

#####DEBATE

A questão que envolve a escolha de diretor nas escolas indígenas municipais foi tema de debate numa reunião na tarde de ontem. Professores, ex-diretores, representante da Funai (Fundação Nacional do Índio) e a secretária de Educação, Margarida Gaigher, estiveram presentes.

A proposta foi criar uma minuta para que os coordenadores administrativos das cinco escolas que não têm diretores criem este ano uma documentação para preparar os colégios para eleições diretas, possivelmente a partir do ano que vem.

De acordo com o professor Aguilera de Souza, um dos realizadores do debate, a proposta é fazer com que todas as escolas sigam as diretrizes da educação no que diz respeito a escolha de diretor: tem que ser um profissional concursado e com formação superior em curso de licenciatura.

Resolvendo esse entrave, as cinco escolas terão que aceitar que os professores que nestas lecionam lancem seus nomes para postular o cargo de diretor. Todas contam com indígenas formados com licenciatura.

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