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Editorial

Desenvolvimento Humano

15 Dez 2015 - 10h06
Desenvolvimento Humano -
A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou ontem que o Brasil foi rebaixado da 74ª para a 75ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apurado entre as 188 nações que são classificadas com base nos indicadores saúde, educação e renda. Com isso, o Brasil que estava empatado com o Sri Lanka, acabou superado pelo país asiático em qualidade de vida e segue atrás de nações como Venezuela, Costa Rica, Sérvia, Palau, Bahamas, Belarus, Rússia, Uruguai, Kazaquistão, Cuba, Panamá, Barbados, Letônia, Andorra e Malta. A liderança no índice da ONU segue com a Noruega, seguida pela Austrália, Suíça, Dinamarca, Holanda, Alemanha, Irlanda, Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia. O ranking dos 20 melhores índices de desenvolvimento humano do planeta são completados ainda por Cingapura, em 10º, Hong Kong, Liechtenstein, Suécia, Reino Unido, Islândia, Coreia do Sul, Israel, Luxemburgo e Japão. Na posição intermediária, entre o 20º e o 40º lugar estão Bélgica, França, Áustria, Finlândia, Eslovênia, Espanha, Itália, Republica Checa, Grécia, Estônia, Brunei Oarussalam, Chipre, Catar, Andorra, Eslováquia, Polônia, Lituânia, Malta, Arábia Saudita e Argentina.


A metodologia adotada pela ONU para apurar o desenvolvimento humano de uma nação atribui nota que varia de zero a 1, de forma que quanto mais próximo de 1, maior é a qualidade de vida da população. O Brasil, que tem renda per capita anual de US$ 15.175 aparece com nota 0,755, enquanto a vizinha Argentina tem nota 0,836 e a Noruega, que aparece em primeiro lugar no IDH tem nota 0,944. O detalhe é que os números do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), onde está o novo ranking do IDH, ainda não refletem o agravamento da crise econômica brasileira, de forma que a situação do país deve piorar muito no próximo estudo realizado pela ONU, uma vez que somente o programa Bolsa Família, principal ferramenta de distribuição de renda do país, deve sofrer cortes de mais de R$ 10 bilhões no orçamento de 2016. Outro detalhe é que o IDH cai justamente no momento em que a expectativa de vida medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu de 74,2 para 74,5 anos, número bem inferior ao apurado na Noruega onde as pessoas vivem, em média, 81,6 anos.


Os números do Índice de Desenvolvimento Humano apurados pela Organização das Nações Unidas completam os dados apurados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que mostram a realidade no Brasil. Entre as 50 cidades brasileiras com melhor IDH, nenhuma é de Mato Grosso do Sul. A liderança no ranking nacional está com São Caetano do Sul (SP), com índice 0,862, seguida por Águas de São Pedro (SP), com 0,854, Florianópolis (SC), com 0,847, Vitória (ES), com 0,845, Balneário Camboriú (SC), com IDH de 0,845, Santos (SP), com 0,840, Niterói (RJ), com 0,837, Joaçaba (SC), com 0,827, Brasília (DF), com 0,824 e Curitiba (PR), na 10ª colocação com IDH de 0,823. Do 10º ao 20º lugar existe um domínio de cidades do Estado de São Paulo com as colocações ocupadas por Jundiaí, Valinhos, Vinhedo, Santo André, Araraquara, Santana de Parnaíba, Ilha Solteira, Americana. No fundo, os Estados de São Paulo e Santa Catarina praticamente monopolizam as 50 primeiras posições no IDH, comprovando que políticas públicas sérias são capazes de transformar a vida das pessoas que deixam de ser reféns de programas sociais para caminhar com as próprias pernas.


Uma prova que programas sociais desacompanhados de políticas públicas de capacitação profissional e de inserção no mercado formal de trabalho não melhoram a qualidade de vida das pessoas é que todos os 50 municípios com pior Índice de Desenvolvimento Humano no Brasil são do Norte e do Nordeste. A cidade com pior IDH é Melgaço (PA), com índice 0,418, seguida por Fernando Falcão (MA), com 0,443, Atalaia do Norte (AM), com 0,450, Marajá do Sena (MA), com 0,452, Uiramutã (RR), com 0,453, Chaves (PA), com índice de 0,453, Jordão (AC), com 0,469, Bagre (PA), com IDH de 0,471, Cachoeira do Piriá (PA), com 0,473 e Itamaraty (AM), com Índice de Desenvolvimento Humano de 0,477. Detalhe: das 5.565 cidades avaliadas, apenas só 44, ou seja, 0,7% do total, têm índices muito altos de desenvolvimento humano. No oposto, 32 municípios têm índices considerados muito baixos, enquanto 1.889 cidades têm IDH classificado como alto e outras 2.233 registram índices médios. Entre todas as cidades brasileiras analisadas pela ONU, um total de 1.367 municípios têm desenvolvimento humano classificado como baixo.

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