Omar Suleiman foi empossado vice-presidente em
meio aos protestos. - Crédito: Foto: France Presse
A Irmandade Muçulmana, principal força da oposição no Egito e apenas tolerada pelo governo, foi convidada a participar do diálogo entre o poder e a oposição, anunciou nesta quinta-feira o vice-presidente Omar Suleiman, no décimo dia de uma revolta popular sem precedentes no país.\'A Irmandade Muçulmana foi contatada e convidada ao diálogo. Mas eles estão hesitantes\', disse Suleiman à emissora estatal.
Os islâmicos são o maior e mais organizado grupo no Egito, mas foram banidos como partido político, e seus seguidores concorrem nas eleições como independentes.
Eles são frequentemente presos por conta de suas atividades políticas, e seu envolvimento em qualquer tipo de diálogo com o governo representaria uma enorme mudança na política do país.
A Irmandade Muçulmana, fundada em 1928, chegou a obter 88 cadeiras nas eleições legislativas de 2005. Em 2010, perdeu sua representação parlamentar, depois de retirar-se das eleições entre o primeiro e segundo turno, alegando fraude.
Mais cedo nesta quinta-feira, o vice-presidente anunciou, em nota lida pela televisão, que o filho de Mubarak não se apresentaria às eleições de setembro no Egito, em mais uma tentativa de acalmar a oposição que teme a ascensão de Gamal ao poder.
Segundo o vice-presidente egípcio, a violência entre manifestantes pró e contra o presidente Mubarak são resultado \'de um complô\', fomentado no Egito ou até mesmo no exterior.
\'Analisaremos estes atos (de violência) diante do fato de que são um complô\', disse Suleiman, que foi nomeado para o cargo no sábado passado.
Em outro momento, o vice-presidente disse que a reivindicação dos manifestantes pedindo a saída do presidente Mubarak é um \'chamado ao caos\', quando perguntado sobre os novos protestos antigovernamentais previstos para a sexta-feira, apelidados de \'dia da despedida\' em alusão à desejada renúncia do presidente.
O vice-presidente afirmou ainda que a violência pode ter sido estimulada por algumas \'agendas estrangeiras, certos partidos ou homens de negócios\'.
O governo anunciou a adoção de medidas com vistas a acalmar a sangrenta revolta, enquanto os distúrbios prosseguem com o enfrentamento entre partidários e críticos a Mubarak.
Omar Suleiman, também pediu a \'libertação imediata\' de jovens militantes não envolvidos em atos criminosos, em referência aos participantes do movimento de contestação iniciado no dia 25 de janeiro, para exigir a demissão do presidente Hosni Mubarak.
(G1)