A jornalista e escritora gloria douradenses radicada em Paris, Mazé Torquato Chotil está colocando à disposição dos brasileiros e estrangeiros o livreto Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terena da Reserva de Dourados, Brasil que conta o projeto Nascente Viva. Ele deseja informar sobre a Reserva indígena de Dourados e suas aldeias Jaguapiru e Bororo. Fala de sua história, seus problemas, seus desafios e o que o projeto pôde realizar até agora.
O projeto que tem o apoio de O Progresso – da Funai, Sesai e da Pastoral Indígena – nasceu na aldeia, por uma indígena, Dona Lenir, líder na época da Associação de Mulheres Indígenas de Dourados (AMID), com o objetivo de recuperar as nascentes de água da Reserva. Em seguida ele contou com apoiadores e simpatizantes, com a participação da Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e do Grupo Tarahumara Fans, da Alemanha.
Na Aldeia Jaguapiru o projeto tem a participação das escolas Escola Municipal Indígena Tengatuí Marangatu e Escola Estadual Indígena Intercultural Guateka – Marçal de Souza. A parceria com elas possibilita aos estudantes uma educação ambiental, com a participação nos projetos de plantação de árvores, cuidados... O projeto já implantou um viveiro de plantas na Escola Guateka, uma casa de sementes crioulas guarani e a criação de uma cisterna.
Em final de 2019, um ano após o início do projeto, a primeira nascente foi recuperada com a plantação de 1.200 árvores, espécies originais como aroeira, cedro, embaúba, figueira, ingá, ipê, jatobá e jenipapo. Recuperação dos recursos hídricos da aldeia, mas também a promoção de boas práticas para a preservação dos recursos hídricos por meio de ações educativas, estimulando a responsabilidade e o engajamento individual e coletivo na conscientização da sociedade. Ou seja, revitalizar as nascentes e conscientizar sobre a importância da água e seu meio ambiente.
Em 2020 o projeto foi contemplado com o Troféu Marco Verde, prêmio da Prefeitura de Dourados para promover iniciativas inspiradoras, capazes de ajudar a construir um futuro sustentável através do cuidado com o meio ambiente. Ele deseja nos próximos tempos ampliar o restauro dos 2,5 hectares para atingir os 13,5 ha do córrego Jaguapiru e seguir com o restauro de todas as outras nascentes da reserva
O projeto recebe doações e precisa de outras para continuar o trabalho. O livreto disponível em PDF, grátis, pode ser carregado aqui. Logo ele será disponibilizado em francês e em alemão a fim de contar com doações de um público mais largo. Na plataforma do Amazon (deve-se pagar), ele pode ser encontrado nos formatos ebook e papel.
Quem puder fazer doações podem ir no site https://www.betterplace.org/.../73794-nascente-viva...
Mazé Torquato Chotil nasceu em Glória de Dourados-MS, foi para São Paulo estudar, em meados dos anos 1970 e reside em Paris desde 1985. Jornalista, pesquisadora, é doutora em informação e comunicação pela Paris VIII e pós-doutora pela EHESS. É autora de Minha Paris Brasileira; Lembranças do sítio; Lembranças da vila; Minha aventura na colonização do Oeste;
Trabalhadores exilados; José Ibrahim; Maria d’Apparecida negroluminosa. Na Rota de traficantes e no Crepúsculo da vida. Em francês, publicou Ouvrières chez Bidermann, L’Exil ouvrier e Maria D´Apparecida – Une Maria pas comme les autres.