Lagarta da soja é uma das pragas que mais preocupam os sojicultores do Estado
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DOURADOS - Lagarta da soja e lagarta falsa medideira são duas das pragas com as quais os produtores rurais devem ficar atentos neste período de cultivo da soja. O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste de Dourados, Crébio José Ávila, lembra que as lagartas causam a desfolha das plantas de soja podendo levar à redução de produtividade. Ele explica que, no manejo dessas pragas, é importante o uso de produtos eficientes no controle das lagartas e também seletivos, ou seja, que tenham baixa toxicidade para os inimigos naturais das pragas, garantindo assim a manutenção do equilíbrio biológico no agroecossistema da soja.
Depois das lagartas é preciso ficar atento à ocorrência de percevejos na lavoura, especialmente, o percevejo marrom da soja que suga as vagens e as sementes em formação, durante o estádio reprodutivo da cultura.
Levando em considera-ção que o percevejo é a principal praga da soja, o pesquisador alerta que é necessário o monitoramento para a aplicação do inseticida no momento correto. “Para o controle do inseto, é interessante acrescentar sal de cozinha à calda inseticida, pois isso aumenta a eficiência de controle do produto químico”, orienta Crébio.
O pesquisador recomenda utilizar a concentração de 0,5% (500g de sal em 100 litros de calda) para equipamentos ter-restres e 1,0% no uso de equipamentos aéreos. O sal não é volátil, portanto, não atrai os percevejos de áreas vizinhas.
Entretanto, o sal quando aplicado na mistura, afeta o comportamento dos percevejos, causando um efeito arrestante, isto é, aumenta o tempo de permanência do inseto sobre a superfície pulverizada. Isso faz com que os percevejos permaneçam mais tempo na área, contaminando-se com mais facilidade.
Os inseticidas recomendados tanto para o controle de lagartas, quanto de percevejos, estão disponíveis nos sistemas de produção de soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no endereço eletrônico http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Soja/SojaCentralBrasil2003/manejoi.htm
######PRAGAS
- A lagarta da soja, Anticarsia gemmatalis, pode apresentar até quatro gerações, durante a safra. Para com-pletar uma geração, passam por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. A fase larval é a mais importante pelo dano que pode causar às plantas.
As lagartas alimentam-se das folhas de soja podendo causar desfolhamento de até 100%. Quando o ataque é muito intenso, as lagartas assumem coloração preta, com listras brancas, atribuindo-se o fenômeno a uma mo-dificação fisiológica causada pela competição por alimento.
As vistorias para avaliar a incidência da lagarta-da-soja coincidem com o ataque das mesmas às plantas, ou seja, du-rante a fase vegetativa e, em alguns casos, até durante a floração e fase de enchimento dos grãos. No manejo, as lagartas devem ser controladas quando forem encontradas, em média, 40 lagartas grandes (igual ou maior que 1,5 cm) por pano-de-batida ou se a desfolha atingir 30% antes da floração e 15% tão logo apareçam as primeiras flores.
A aplicação preventiva de inseticidas (em mistura com dessecantes, herbicidas e fungicidas) não é recomendada, pois além do grave problema de poluição ambiental, a aplicação desnecessária pode aumentar o custo de produção.
Na esco-lha do inseticida deve-se levar em consideração a toxicidade, o efeito sobre inimigos naturais e o custo por hectare. Além disso, o mesmo ingrediente ativo não deve ser usado em duas aplicações sucessivas, visando prevenir o surgimento de resistência do inseto ao produto químico utilizado.
Já o percevejo é considerado a praga de maior importância para a cultura da soja. Por se alimentarem diretamente dos grãos, causam problemas sérios à soja, afetando o rendimento e a qualidade das sementes. A colonização das plantas de soja pelos percevejos se inicia em meados ou final do período vegetativo da cultura, ou logo após, durante a floração.
O monitoramento da lavoura deve ser realizado, no mínimo, uma vez por semana, a partir do início do desenvolvi-mento de vagens (fase de “canivetinho”) até a maturação fisiológica. O monitoramento deve ser intensificado nos perío-dos mais críticos ou quando ocorrer invasão de percevejos adultos provenientes de cultivares de ciclo mais curto.
O pesquisador explica que, em geral, cultivares precoces escapam dos danos dos percevejos. Porém, ao se multiplica-rem nessas cultivares, dispersam para as cultivares mais tardias onde causam os maiores prejuízos.
“A época de semeadu-ra influencia a dinâmica populacional dos percevejos devendo-se evitar os plantios muito cedo, ou tardios, onde ocorrem as maiores concentrações desses insetos”, finaliza Crébio.