Ricardo Almeida, consultor da Unesco/MinC, apresentou Diálogos da Fronteira, em Ponta Porã; evento reuniu várias pessoas. - Crédito: Foto: Eder Rubens
A rica diversidade cultural existente na fronteira entre Ponta Porã (BR) e Pedro Juan Caballero (PY), que integram brasileiros e paraguaios foi tema de debate terça-feira (22), na Prefeitura de Ponta Porã.A reunião, aberta ao público, contou com a presença de artistas, professores universitários, gestores, produtores e entusiastas da arte e cultura que debateram políticas culturais específicas para regiões de fronteira, através do tema: Diálogos da Fronteira, abordado pelo consultor Unesco/MinC Ricardo Almeida.
Ricardo Almeida falou da experiência obtida junto a ações sócio-culturais que integram brasileiros e uruguaios na fronteira seca entre Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e Rivera, no Uruguai.
O consultor da Unesco disse ainda que existem vários desafios para consolidar as políticas culturais na região de fronteira, é neste sentido que Diálogos da Fronteira vem buscando conhecer, fazendo um levantamento das potencialidades turísticas, culturais, histórica, tendo como protagonistas seus atores, a comunidade que constroi a identidade cultural dos dois municípios.
Ricardo Almeida destacou o diálogo de integração existente na fronteira, envolvendo as autoridades dos dois países vizinhos, em favor de eventos culturais que buscam o desenvolvimento econômico da fronteira. Conforme informou Ricardo Almeida, quatro conceitos norteam Diálogos da Fronteira: Comarca Cultural e Transculturação; sentimento de pertencimento; regional-global e complexidade.
O professor e artista plástico de Pedro Juan Caballero Júlio Cézar Alvarez destacou a iniciativa e a necessidade do fronteiriço reconhecer seus costumes e tradições como forma de fortalecer sua produção artística cultural, sem se preocupar com um conceito pré-determinado.
A subsecretária da SECTE I- Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação de Mato Grosso do Sul, Andrea Freire, lembrou que o debate ampliado dos costumes e tradições existentes na região de fronteira é fundamental para elaboração de projetos que consolide a arte e a cultura dos municípios vizinhos.
Na oportunidade, Ricardo Almeida apresentou um questionário para o público presente, que estará norteando ações e projetos em favor do desenvolvimento das políticas culturais da fronteira.
Uma comissão binacional formada por representantes dos mais diversos segmentos do poder público e civil dos dois municípios, estarão se reunindo para debater de forma conjunta temas comuns, que ajudaram a construir a política pública que atenda as cidades irmãs.
Fronteiras
A fronteira terrestre representa cerca de 68% de toda extensão dos limites territoriais brasileiros. Colocando o Brasil em contato com dez outras nações sul-americanas. Com exceção Chile e do Equador, todos os países da América do Sul fazem fronteira com o Brasil ao norte Suriname, Guiana, Venezuela e um território pertencente à França, a Guiana Francesa, a noroeste Colômbia, a oeste: Peru e Bolívia, a sudoeste: Paraguai e Argentina, ao sul, Uruguai. Os mais de 15.000 km abrangem terras de três grandes regiões brasileiras, sendo a maior delas a Região Norte, que corresponde a cerca de dois terços de toda essa extensão. Os estados que mais se destacam são o Amazonas e o Acre. A segunda região em destaque é a Região Sul, com uma extensão fronteiriça de quase 2.500 km no continente, tendo como Estado que mais se destaca o Rio Grande do Sul. A terceira é a Região Centro-Oeste, sendo o Estado de maior extensão fronteiriça o MS.