Dourados – MS domingo, 05 de maio de 2024
34º
Pesquisa

Dois terços das mulheres assassinadas com armas de fogo são negras

Pesquisa foi feita com registros do Ministério da Saúde em 2022

11 Mar 2024 - 21h30Por Daniel Mello, Agência Brasil - São Paulo
Dois terços das mulheres assassinadas com armas de fogo são negras - Crédito: Freepik Crédito: Freepik

São negras 68,3% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil, segundo a pesquisa O Papel da Arma de Fogo na Violência Contra a Mulher do Instituto Sou da Paz. O estudo foi elaborado a partir dos registros de mortes violentas do Ministério da Saúde em 2022 e também da série histórica até 2012.

Em média, morrem, segundo a pesquisa, 2,2 mil mulheres baleadas todos os anos, o que representa cerca de metade dos assassinatos de mulheres no país. Em 2022, 60% das vítimas femininas dos 1,9 mil homicídios registrados no ano tinham entre 20 e 39 anos de idade.

Em 27% dos casos de mulheres mortas por armas de fogo, o crime ocorreu dentro da própria casa da vítima. Entre as mulheres não negras o índice fica em 34%. Entre os homens mortos por ferimentos à bala, apenas 12% dos casos foram na residência da vítima.

Nos casos em que não chegam a morte da vítima, em ao menos 25% há a suspeita de que o agressor estava sob a influência de bebidas alcoólicas. O percentual chega a 35% nas situações ocorridas dentro de casa. No entanto, em 45% das notificações não há a informação se o agressor havia bebido ou não, o que pode ocultar uma taxa ainda maior.

A partir dos dados, o estudo afirma que “as armas de fogo são um fator de risco de violência, especialmente a violência homicida”. Segundo as conclusões da pesquisa, esse tipo de armamento eleva o risco de morte em casos de violência doméstica ou relacionada a relações afetivas.

O estudo destaca ainda que 43% das mulheres assassinadas por armas de fogo, em 2022, foram mortas por uma pessoa próxima, como parceiros íntimos, amigos e familiares. “Em um terço dos casos a vítima já tinha sofrido outros episódios de violência”, acrescenta a pesquisa.

A pesquisa destaca a necessidade de atenção às vítimas que sobrevivem a agressões, devido à tendência de repetição da violência.

Para buscar reduzir os assassinatos de mulheres, a pesquisa lembra que desde 2021 foi instituído por lei o Formulário Nacional de Avaliação de Risco de Violência Doméstica e contra a Mulher. O procedimento foi criado para identificar fatores de risco e subsidiar as decisões do Judiciário para proteção das vítimas. Entre os itens de avaliação está a existência de ameaça anterior com armas de fogo ou o acesso do agressor a esse tipo de armamento. Nesses casos, a classificação de risco deve ser do grau mais alto.

Deixe seu Comentário

Leia Também

Show de Madonna reúne 1,6 milhão de pessoas em Copacabana
Rio de Janeiro

Show de Madonna reúne 1,6 milhão de pessoas em Copacabana

há 1 minuto atrás
Show de Madonna reúne 1,6 milhão de pessoas em Copacabana
Cheia do Guaíba coloca Porto Alegre em alerta de mais inundação
Rio Grande do Sul

Cheia do Guaíba coloca Porto Alegre em alerta de mais inundação

05/05/2024 10:15
Cheia do Guaíba coloca Porto Alegre em alerta de mais inundação
Mortes por chuvas no RS chegam a 66 e ultrapassam tragédia de 2023
Rio Grande do Sul

Mortes por chuvas no RS chegam a 66 e ultrapassam tragédia de 2023

05/05/2024 09:45
Mortes por chuvas no RS chegam a 66 e ultrapassam tragédia de 2023
MTur disponibiliza R$ 100 milhões para empreendedores turísticos afetados pelas chuvas no RS
Turismo

MTur disponibiliza R$ 100 milhões para empreendedores turísticos afetados pelas chuvas no RS

05/05/2024 09:00
MTur disponibiliza R$ 100 milhões para empreendedores turísticos afetados pelas chuvas no RS
Mais de 10 mil pessoas foram resgatadas
Rio Grande do Sul

Mais de 10 mil pessoas foram resgatadas

04/05/2024 23:00
Mais de 10 mil pessoas foram resgatadas
Últimas Notícias