Cresce a demanda pela profissionalização da gestão entre as empresas familiares, o que requer governança corporativa sólida, processos operacionais e de gestão estruturados e tomadas de decisões consistentes.
Temos 90% de empresas familiares no Brasil, como aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, segundo dados do SEBRAE, 70% deste número não chegam à segunda geração.
À frente da T4 Consultoria, com experiência consolidada no setor de consultoria em empresas de controle e Gestão Familiar, Marcelo Viana destaca os principais fatores que envolvem a profissionalização da empresa familiar e a importância do conselho consultivo para o alcance do objetivo.
Vale ressaltar que o conselho consultivo marca o início de construção da governança, envolvendo membros da família e conselheiros independentes e, estes trazem consigo a experiência e a visão de mercado que complementam áreas em que a empresa pode não ter expertise.
Papel do Conselho Consultivo para orientar a profissionalização da empresa familiar
Empresas com gestão familiar profissional tornam-se mais eficientes, lucrativas e aptas à expansão e a transmitir um legado através das gerações.
A Pesquisa Global de Empresas Familiares 2021, publicada pela consultoria PwC, trazia as principais prioridades das empresas para os próximos anos:
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60% desejam expandir para novos mercados;
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58% querem ampliar o uso de tecnologias;
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53% desejam melhorar sua participação digital;
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51% querem lançar novos produtos/serviços.
Para a profissionalização da empresa familiar, é imprescindível que o negócio vivencie as práticas de governança corporativa e o conselho consultivo é o principal caminho para isso.
Este setor tem o objetivo de direcionar o negócio no debate dos temas em maior evidência e estratégicos. O propósito é auxiliar os sócios e acionistas na tomada de decisões que terão impacto significativo na criação de valor e na longevidade da empresa.
Dentre os desafios recorrentes em empresas familiares, destacam-se:
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Falta de habilidades técnicas ligadas à gestão e ao papel desempenhado pelos membros da família;
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Dificuldades no momento da remuneração dos sócios ou na definição do pró-labore;
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Conflitos de interesse entre os membros da família e sócios por falta de alinhamento quanto aos objetivos e propósitos da empresa;
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Resistência à mudança por parte dos membros da família;
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Dedicar esforços no planejamento sucessório;
Entre outros.
Diferente do conselho de administração, o conselho consultivo com o caráter orientador. Ajuda na construção das bases para que os membros da família possam tomar decisões importantes quanto ao futuro e também agem:
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Reforçando ao negócio sobre sua missão, valores e propósito;
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Alinhando a estratégia a todos os processos;
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Conferindo aos executivos e membros da família uma visão de longo prazo;
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Oferecendo oportunidade de desenvolvimento profissional a todos os envolvidos na gestão;
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Oferecendo o apoio no processo de transição entre gerações por meio da orientação e apoio durante períodos de mudança e adaptação na liderança;
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Auxiliando na implantação de novas tecnologias em processos e gestão;
Entre outras atribuições.
Destaco a consultoria para empresas familiares como outro importante meio para orientar no processo de profissionalização através de uma visão externa (sem os vícios de gestão do negócio).
Vencendo a resistência à mudança
O que também se torna um obstáculo a muitas empresas familiares é o medo da mudança e a insegurança quanto ao novo, já que o processo de profissionalização envolve novas práticas de gestão, mudanças na dinâmica organizacional e na cultura da empresa.
Quanto à insegurança em muitos casos devido a ter um conselho independente atuando na empresa, vale o alerta de que esses profissionais precisam ter ampla experiência em liderança, integridade, habilidade de comunicação e conhecimento diversificado acerca da área de atuação do negócio.
Além disso, é necessário levar em conta as especificidades de cada segmento (varejo, tecnologia, saúde, industrial, etc.), assim como particularidades, realidade, história, para que as expectativas possam ser supridas.
Então para:
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Processos mais eficientes;
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Melhor ambiente de trabalho;
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Longevidade;
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Expansão;
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Maior confiabilidade no mercado, profissionalizar a gestão familiar é fundamental e ter o apoio externo para isso é a melhor solução.