Felipe Orro, no entanto, não revelou a data na qual assinará a ficha de filiação no PSDB. - Crédito: Foto: Divulgação
Como a reportagem havia adiantado, o deputado estadual Felipe Orro abandonou o PDT, partido pelo qual foi reeleito em 2014, para engrossar a bancada do PSDB na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O deputado, no entanto, não revelou a data na qual assinará a ficha de filiação no partido do governador Reinaldo Azambuja. Ele tem até o dia 18 para aderir ao grupo, data fixada pela emenda da janela partidária, que permite a agentes políticos mudar de partido sem o risco de perder o mandato.
Representante de Aquidauana no Parlamento estadual, Felipe Orro segue o mesmo destino tomado pelo seu colega e ex-correligionário Beto Pereira, que também deixou os quadros pedetistas alegando divergências internas.
Enquanto Beto Pereira saiu atirando contra o presidente regional do PDT, deputado federal Dagoberto Nogueira, Felipe Orro reclama do convívio da cúpula do seu partido com o governo da presidente Dilma Rousseff, alvo de investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Com a filiação iminente, a bancada do PSDB passará a contar com 8 representantes, devendo chegar a 9 com o provável ingresso do deputado George Takimoko, também do PDT, incluído os outros novatos Maurício Picarelli (ex-PMDB) e Mara Caseiro (ex-PMB) e os que já pertenciam ao partido – Rinaldo Modesto, Onevan de Matos, Ângelo Guerreiro e Flávio Kayatt.
Ao anunciar sua desfiliação, em discurso na tribuna da Assembleia, Felipe Orro destacou a insistência da direção nacional em manter o partido na órbita do governo Dilma, o que, segundo ele, desagradou importantes lideranças como o governador de Mato Grosso Pedro Taques, o senador Cristovam Buarque (que o deputado chamou de seus amigos) e o senador Jose Reguffe, do DF.
"Aqui, em Mato Grosso do Sul, não foi diferente", prosseguiu Felipe Orro, citando vários episódios que provocaram cismas no partido. "O golpe de misericórdia veio recentemente. Sem consulta, sem justificativa plausível, a direção estadual decidiu cancelar as eleições para renovar os diretórios e nomear comissões provisórias em todos os municípios".
Essa medida, segundo Felipe Orro, enfraquece o partido e desestimula a militância. "Os companheiros que lutam nos municípios, que sustentaram esse partido ao longo das décadas, não têm importância nenhuma para a direção regional, não têm direito de decidir os rumos a seguir em suas cidades". Até mesmo a decisão de lançar candidato ou fazer aliança precisa ser submetida à direção regional, conforme a resolução tomada pelo diretório estadual.
Ele lembrou que tem colocado seu nome como opção do PDT para disputar a prefeitura de Campo Grande, porém não recebe sinalização da direção estadual em seu apoio. "Convidam outras lideranças pra se filiar ao PDT e ser candidato, cogitam nomes de filiados novos, tudo para criar confusão e, no fim, vão negociar a sigla, como sempre acontece".