Hector Babenco em foto de julho de 2013 durante pré-estreia de peça em São Paulo - Crédito: Foto: Denise Andrade/Estadão Conteúdo
O cineasta argentino Hector Babenco morreu na noite nesta quarta-feira (13) de uma parada cardíaca no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. A informação foi confirmada pela produtora dos principais filmes do diretor, como "Pixote", "O beijo da mulher-aranha" e "Carandiru".Babenco foi internado na terça-feira (12) para um procedimento cirúrgico. Segundo a produtora, ele estava bem, mas não resistiu à parada cardíaco.
Nascido na Argentina em 1946, Babenco se naturalizou brasileiro em 1977. Fez aqui uma carreira com filmes de peso. Seu primeiro longa-metragem foi "O rei da noite" (1975), estrelado por Paulo José e Marilia Pêra.
Entre os clássicos de Hector Babenco estão o "Lúcio Flávio, o passageiro da agonia" (1977) e o filme histórico "Pixote, a lei do mais fraco" (1982).
"Pixote" conta a história do garoto que faz parte de um grupo de crianças de rua que, depois de sofrer muito num reformatório, faz aliança com uma prostituta, papel de Marília Pera.
Na vida real, "Pixote" acabou rendendo uma história trágica. O ator Fernando Ramos da Silva, que interpreta protagonista do filme, acabou não seguindo carreira. Sete anos após o lançamento do filme, foi assassinado por policiais em São Paulo.
Outro trabalho bastante conhecido de Babenco é "O beijo da Mulher-Aranha" (1985). A história do filme se passa num presídio de um país latino-americano.
Seu último filme "Meu Amigo Hindu" foi lançado no lançado no dia 4 de março deste ano. A trama tem como protagonista um diretor de cinema chamado Diego (Willem Dafoe), enfrentando um câncer linfático. Quando confrontado pela Morte (Selton Mello), ele expressa apenas um desejo: realizar mais um filme. Já o título vem da referência a um garoto indiano que conhece nos Estados Unidos, também passando por um tratamento, e juntos encontram uma saída lúdica para enfrentar a doença.