O mês de setembro é mundialmente destinado à prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é causada pelo consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação, sendo caracterizada por malformações faciais e em outros órgãos, microcefalia, retardo mental e distúrbios comportamentais, comprometendo o desempenho escolar do indivíduo afetado.
Atualmente, é considerada a principal causa de retardo mental não congênito no mundo, gerando custos altíssimos em saúde e educação. A SAF não tem cura e dura toda a vida. No entanto, ela é 100% evitável, desde que a gestante se abstenha do consumo de álcool durante a gravidez.
“SAF são sinais e sintomas apresentados pelo bebê, em decorrência do uso de bebida alcoólica pela mãe, durante a gestação e período pré concepção.
Entre os sintomas encontram-se déficit de crescimento, alterações faciais (SIM! O neném provavelmente irá nascer com um rostinho diferente daquele que a mãe sonhou!) e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor”, explicou a obstetra e ginecologista de Dourados, Bethânia Ribas em entrevista ao jornal O PROGRESSO.
A médica afirma que as alterações faciais mais comuns são fissuras palpebrais pequenas, rosto plano, nariz curto, hipoplasia do maxilar e lábio superior fino. “Podem apresentar ainda microcefalia, QI baixo, dificuldade de aprendizado, linguagem, memória e atenção; alterações na visão e audição, distúrbios comportamentais; dificuldade de socialização; alterações neurológicas como convulsões, doenças nos rins, ossos, cardiopatias congênitas; etc”, acrescentou Dra. Bethânia.
Ainda há quem diga que beber só um pouquinho não faz mal. Porém, essa afirmação é equivocada. “Normalmente, é causada por ingestão de grandes quantidades de etanol, porém, o nível mínimo ainda não foi estabelecido. O grau de acometimento não depende só da quantidade de álcool, mas também do período da gestação em que houve esse consumo, sendo pior no 1º trimestre. Portanto, grávidas não podem ingerir bebida alcoólica”, explicou a profissional.
A médica explicou ainda que mulheres com mais de 25 anos, antecedentes de natimortos ou partos prematuro e/ou três ou mais gestações anteriores, têm maiores chances de desenvolver a síndrome.