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Parto e violência é tema de audiência pública na Câmara

10 Mar 2016 - 08h29
Vereadora Virgínia Magrini. - Crédito: Foto: DivulgaçãoVereadora Virgínia Magrini. - Crédito: Foto: Divulgação
A vereadora Virgínia Magrini (PP) realiza hoje uma audiência pública sobre a violência obstétrica em Dourados. O evento, com o tema ‘O Parto, a Violência e os Direitos da Mulher’, acontece no plenário da Câmara de Vereadores a partir das 19h e o principal objetivo é despertar nas mulheres vítimas da violência no parto a necessidade da denúncia, além de informar os direitos da gestante bem como para a mulher em situação de abortamento.


Para Virgínia Magrini, é direito da mulher, saber de todas as etapas do parto, seja ele normal ou cesariana. "Nesta semana em que foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, o assunto tomou mais visibilidade. A violência no parto agrupa atos de desrespeito, assédio moral e físico, abuso e negligência, e só nos últimos anos vem sendo levado mais a sério. Nesta audiência, vamos debater as dificuldades do Sistema Único de Saúde em colocar em prática o parto humanizado. Desde o ano passado, inúmeras mortes de recém-nascidos e a forma como o parto foi conduzido pelo profissional vem sendo denunciado pelo Conselho Municipal de Saúde. Chegou a hora de debater e mostrar para as mulheres os seus direitos", enfatizou a vereadora.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a expressão violência obstétrica como o conjunto de atos desrespeitosos contra a mulher e o bebê, antes, durante e depois do parto, que "equivalem a uma violação dos direitos humanos fundamentais".


Em 1990, 141 mães morriam para cada 100 mil bebês nascidos no Brasil. Em 2000, o país se comprometeu a reduzir esse número em 75%. E em 2015, mostrou que não cumpriu a meta. A OMS recomenda que 15% dos nascimentos sejam realizados por cesárea. No Brasil, o percentual cresce ano após ano e hoje fica perto de 55%, a maior taxa do planeta. Mulheres submetidas ao procedimento, segundo a ONU, têm 3,5 vezes mais chances de morrer do que aquelas que realizam parto natural de forma humanizada.


A audiência pública vai contar com as presenças da advogada militante Edna Alvarenga Bonelli, membro da Comissão da Criança e do Adolescente e presidente da Comissão da Mulher Advogada; jornalista da Universidade Federal da Grande Dourados, Stella Zanchett, que faz parte da Marcha Mundial das Mulheres em Dourados e participante da Rede Parto do Princípio; investigadora de Polícia Judiciária, lotada na Delegacia da Mulher em Dourados, Sonia Pimentel, que é vice-presidente do Conselho da Mulher; enfermeiro e vice-presidente do Comitê de Mortalidade Materna Infantil e Fetal, Devanildo de Souza e da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Berenice Machado, além de depoimentos de vítimas de violência no parto em Dourados.

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