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Índios ocupam nova área em MS

08 Mar 2016 - 06h00
Indígenas alegam que a terra faz parte dos estudos de demarcação que tramitam sem conclusão. - Crédito: Foto: Hédio FazanIndígenas alegam que a terra faz parte dos estudos de demarcação que tramitam sem conclusão. - Crédito: Foto: Hédio Fazan
Grupo de 50 indígenas ocupou uma área de 20 hectares em frente a Perimetral Norte, aos fundos do Jardim Monte Carlo, em Dourados. A ocupação aconteceu no sábado e deixou proprietários de pequenas chácaras aterrorizados. Na delegacia, quatro famílias registraram boletim de ocorrência contra esbulho (usurpação pelo qual uma pessoa é privada, ou espoliada, de coisa de que tenha propriedade ou posse).


De acordo com o delegado Regional da Polícia Civil Lupersio Degerone, com os registros, os proprietários poderão ingressar na Justiça na busca pela reintegração de posse. "A polícia Civil tem a função de investigar o crime de esbulho. Porém a retirada dos ocupantes deverá ser determinada pela Justiça, que geralmente requisita a Polícia Militar para esta função", explica.

Terror


A ruralista Vanilda Alves Valentim disse que viveu momentos de terror durante as ocupações. Segundo ela, grupo de indígenas chegaram gritando, montando barracas e colocando fogo em pastagens na tentativa de intimidar os proprietários. "Meus três filhos pequenos choravam de medo e eu tive que tira-los às 3h de casa e levar para a casa da avó para mantê-los em segurança. Eu e meu marido permanecemos na propriedade com medo de que possam invadir o local. Além do mais tenho criação de animais. Não posso deixar que morram de fome. Ninguém conseguiu dormir. Instalaram uma barraca em frente a minha propriedade e não deixaram meus parentes chegar. Creio que deveriam investigar porque param carrões a todo o instante para motivar os indígenas a ocupar mais áreas. A Justiça precisa ouvir nosso clamor. Nós ruralistas estamos correndo perigo aqui. Alguém precisa olhar por nós. estão destruindo toda a nossa propriedade", destaca.

Indígenas


O indígena guarani Aderson Machado, disse ao O PROGRESSO que as 56 famílias que estão ocupando o local são da Aldeia Bororó. Eles alegam que a terra faz parte dos estudos de demarcação que há anos tramitam em Brasilia sem uma conclusão. Aderson conta que seus antepassados residiam no local e foram expulsos na década de 60. O grupo chama a área de 20 hectares de "Boqueirão Tekohá", uma alusão à terra prometida e à grande concentração de plantio de laranjas que existiam naquela época. Aderson disse que há restos mortais de indígenas no local que podem comprovar a existência de tribos ali. Também garantem que não vão invadir as sedes de áreas rurais, mas que vão resistir a quelquer tentativa de expulsão por força policial. Eles alegam que o uso do agrotóxico das propriedades rurais motivou que eles ocupassem a área para preservá-la.

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