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Insumos

HU fecha centro cirúrgico e Conselho de Saúde aciona auditoria

28 Abr 2016 - 18h39
Feliciano paiva e Berenice acionam auditoria. Foto: Marcos Ribeiro - Feliciano paiva e Berenice acionam auditoria. Foto: Marcos Ribeiro -
A falta de insumos básicos como aventais descartáveis e gaze está causando a suspensão de cirurgias no Hospital Universitário. De acordo com o Conselho Municipal de Saúde, apenas ontem, 29 cirurgias das 32 previstas foram suspensas. O centro cirúrgico estaria fechado entre quarta-feira até amanhã (29). Primeiro por falta de gaze, situação que já teria sido controlada pelo HU, e depois por falta de aventais. Apenas cirurgias de urgência estariam sendo realizadas. Na busca para conter a crise, o Conselho Municipal de Saúde pediu uma auditoria para o Ministério da Saúde, que é o órgão que repassa recursos ao Hospital, além de acionar órgãos como o Ministério Público Federal e Denasus.

O Conselho também pediu uma avaliação da Vigilância Sanitária de Dourados sobre denúncias de falta de medicamentos. "O Hospital Universitário recebe cerca de R$ 3 milhões por mês o que dá, no semestre, o valor de R$ 15 milhões para oferecer um bom serviço para a população. A direção simplesmente deixa de realizar estes serviços e continua recebendo verbas. Para onde vai parar este dinheiro que o Hospital recebe para fazer as cirurgias e não faz? ", questiona a presidente Conselho Municipal de Saúde, Berenice Machado.

Segundo ela, pilhas de denúncias são levadas mensalmente ao Ministério Público Federal sobre a falta de atendimento. "A direção tem sempre uma desculpa para não realizar os procedimentos. Às vezes é a falta de gaze, outras vezes a falta de avental. Enquanto isso, pacientes agravam suas doenças que ficam cada dia mais difíceis de curar; isto quando não morrem na fila. O Hospital está sempre cobrando mais verbas do poder público, mas cada vez mais tentando diminuir os atendimentos. Acredito que se todos os hospitais cumprissem suas metas previstas em contrato, as filas na Saúde não existiriam e tantas mortes poderiam ser evitadas", destaca.

Membro do Conselho de Saúde, Feliciano Paiva acredita que o Hospital deveria se precaver à falta de insumos para não deixar faltar. "Creio que deveriam olhar para esta situação com mais cuidado já prevendo um atraso na entrega de insumos. Falta organização", conta, observando que as denúncias de mortes de bebês continuam chegando no Conselho com intensidade, além das negativas de vagas. "Muitas vezes o paciente vai fazer a cirurgia daqui uma semana mas o leito fica lá vazio, à disposição do doente. Enquanto isso faltam vagas para outros", destaca.

### FUNSAUDE
Questionado pelo O PROGRESSO, o gerente administrativo da Fundação de Serviço de Saúde de Dourados (Funsaude), Cássio Humberto, disse que o impasse no HU, por enquanto não estaria afetando pacientes que precisam ser transferidos do Hospital da Vida para o HU.

#### PREFEITURA
O secretário de Saúde, Sebastião Nogueira, vem questionando a competência da administração do Hospital Universitário e acredita que a situação só será resolvida quando o governo do Estado implantar o Hospital Regional e passar os serviços do HU para a nova unidade hospitalar.

#### HU
O HU alega que foram canceladas 21 cirurgias e que já abriu processos contra as fornecedoras de insumos, que alegam baixa nos estoques, mas acredita que até a próxima segunda-feira os atendimentos sejam normalizados, já que fez o empréstimo de 60 aventais descartáveis do Hospital da Vida para cirurgias de urgência, como os partos. Além disso uma equipe de profissionais estaria confeccionando novos aventais laváveis.

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