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Paz e segurança

No Conselho de Segurança, Rússia e China vetam proposta americana para cessação da violência em Gaza

Texto apresentado ao Conselho de Segurança de afirmava ser "imperativo" um cessar-fogo em Gaza, entrega de ajuda e apoio a negociações

22 Mar 2024 - 19h45Por ONU News
Vassily Nebenzia, Representante Permanente da Rússia na ONU, votando contra um projeto de resolução durante a reunião sobre a situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestina - Crédito: UN PhotoVassily Nebenzia, Representante Permanente da Rússia na ONU, votando contra um projeto de resolução durante a reunião sobre a situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestina - Crédito: UN Photo

Uma proposta de resolução enviada pelos Estados Unidos ao Conselho de Segurança  foi vetada pela Rússia e China nesta sexta-feira.  A Argélia também votou contra, enquanto Guiana se absteve e os demais 11 países votaram a favor do texto.

A proposta afirmava ser "imperativo" ter "um cessar-fogo imediato e sustentado para proteger os civis de todos os lados", facilitar a entrega de ajuda "essencial" e apoiar as negociações em andamento entre Israel e os militantes do Hamas para um fim sustentado da violência, vinculado à libertação de todos os reféns. 

Uma mulher e seu filho se protegem da chuva na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.Uma mulher e seu filho se protegem da chuva na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza - Foto: © UNICEF/Eyad El Baba

 

Texto americano

Após semanas de negociações entre os membros do Conselho de Segurança, a minuta dos EUA marca uma mudança de posição em relação à última vez que os membros se reuniram, em 20 de fevereiro, quando a diplomacia americana vetou uma resolução da Argélia que exigia um cessar-fogo imediato.

O documento também exige acesso humanitário a reféns, proteção aos civis e reconstrução liderada pela ONU. Condena atos de terrorismo, pede respeito aos acordos humanitários e reitera apoio à solução de dois Estados.

Ao abrir a reunião explicando a proposta, a embaixadora americana, Linda Thomas-Greenfield, disse que os EUA desejam um cessar-fogo imediato e duradouro. No entanto, ela pontuou que é necessário fazer “o trabalho árduo da diplomacia” para tornar esse objetivo uma realidade e isso tem que se tornar “real no terreno”.

Para ela, a resolução ajudaria a pressionar o Hamas a concordar com um acordo sobre o fim dos combates e a libertação dos reféns. Ela argumentou que a resolução finalmente condenaria o Hamas, mas também aliviaria o terrível sofrimento e a violência que assolam Gaza. A embaixadora americana  também destacou que uma invasão de Rafah seria um erro.

Oposição russa

Antes de votar contra a resolução, o embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, disse que os EUA haviam prometido um acordo para acabar com os combates repetidas vezes. 

O representante russo afirma que os EUA reconheceram a necessidade de um cessar-fogo em um momento em que “mais de 30 mil habitantes de Gaza morreram”. Para o diplomata, os Estados Unidos estavam tentando "vender um produto" para o Conselho ao usar a palavra imperativo em sua resolução. Segundo ele, "isso não é suficiente" e o Conselho deve "exigir um cessar-fogo".

Vassily Nebenzia disse que não havia nenhum pedido de cessar-fogo no texto, acusando a liderança americana de "enganar deliberadamente a comunidade internacional". Ele afirmou que a proposta está apenas “jogando com os eleitores dos EUA”. 

Segundo o embaixador russo, um projeto de resolução alternativo, que ele considera "equilibrado e apolítico", está sendo distribuído por alguns outros membros do Conselho.

Morador de Gaza segura uma refeição quente distribuída pelo Programa Mundial de Alimentos da ONU.Morador de Gaza segura uma refeição quente distribuída pelo Programa Mundial de Alimentos da ONU - Foto: © WFP/Ali Jadallah

 

Situação humanitária

Em meio a relatos de bombardeios contínuos em Gaza na sexta-feira, os trabalhadores humanitários da ONU destacaram "níveis chocantes de doenças e fome" depois de visitar um hospital sobrecarregado no norte do enclave.

O principal funcionário da ONU responsável pela ajuda no Território Palestino Ocupado, Jamie McGoldrick, chegou ao hospital Kamal Adwan em Beit Lahia na quinta-feira, onde as crianças com fome grave e em risco de morte estão sendo tratadas em uma nova instalação de alimentação especializada apoiada pela Organização Mundial da Saúde, OMS.

Segundo o Escritório de Assistência Humanitária da ONU, sem tratamento rápido, essas crianças correm risco iminente de morte. O Ocha ainda fez um apelo para que todas as partes do conflito respeitem as leis da guerra e o direito humanitário internacional. 

Combustível e suprimentos médicos foram entregues ao hospital Kamal Adwan, "mas a ajuda é apenas uma gota", de acordo com Agência da ONU para Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa. 

Relatos da mídia indicaram que o ataque militar israelense ao Hospital Al Shifa na Cidade de Gaza continuava pelo quinto dia consecutivo. A instalação é o maior centro de saúde de Gaza e só recentemente restaurou serviços "mínimos". Segundo o Ocha, a violência dentro e ao redor da instalação colocaram pacientes, equipes médicas e tratamento em risco.

A violência contínua, os "bombardeios incessantes" e o colapso da ordem civil, além das restrições de acesso, "continuam a impedir a resposta humanitária", insistiu o escritório da ONU. "Com os combates agora em seu sexto mês, e Gaza cada vez mais perto da fome, precisamos inundar o enclave com ajuda", destacou.

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