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Ajuda humanitária

Guterres afirma que trabalho da Unrwa em Gaza mantém a "esperança fluindo"

Em meio a anúncio de impedimento de entrega de ajuda pela agência, secretário-geral da ONU enfatiza papel dos serviços prestados na promoção da coesão social, da estabilidade e na construção da paz

25 Mar 2024 - 19h45Por ONU News
Durante a sua visita de solidariedade da Ramada a Rafah, no Egito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, encontrou-se com humanitários que trabalham em Gaza, que partilharam com ele o ambiente extremamente desafiante em que trabalham - Crédito: ONU/Mark GartenDurante a sua visita de solidariedade da Ramada a Rafah, no Egito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, encontrou-se com humanitários que trabalham em Gaza, que partilharam com ele o ambiente extremamente desafiante em que trabalham - Crédito: ONU/Mark Garten

Durante um encontro com ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safady, nesta segunda-feira, o secretário-geral da ONU prometeu continuar pressionando “pela remoção de todos os obstáculos e por mais acesso e mais pontos de entrada” em Gaza.

Falando da capital Amã, o líder das Nações Unidas afirmou que a devastação no enclave é “contínua e sem precedentes”. Segundo agências humanitárias da ONU e parceiros, 27 crianças já morreram devido a complicações ligadas à desnutrição grave. 

Apelo por paz duradoura

O chefe da ONU afirmou que é preciso “encarar os fatos: não haverá solução humanitária sustentável com uma guerra tão sangrenta como esta em curso”.

Ele enfatizou novamente que “nada justifica os abomináveis ataques de 7 de outubro e a tomada de reféns pelo Hamas e nada justifica a punição coletiva do povo palestino”.

O apelo do secretário-geral reforça a necessidade por uma paz duradoura e um cessar-fogo humanitário que permita o fornecimento eficaz de alimentos, combustível e medicamentos.

No entanto, neste fim de semana a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, confirmou que foi impedida pelas autoridades israelenses de transportar ajuda para o norte de Gaza.

 Durante a sua visita de solidariedade Ramada ao Egito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, visita o Hospital Geral El-Arish para se encontrar com os palestinos de Gaza que recebem cuidados no hospital com os seus filhos e famíliasDurante a sua visita de solidariedade Ramada ao Egito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, visita o Hospital Geral El-Arish para se encontrar com os palestinos de Gaza que recebem cuidados no hospital com os seus filhos e famílias - Foto: ONU/Mark Garten

 

Alta de preços de alimentos

A agência, que é a maior fornecedora de assistência internacional no enclave, informou que os produtos básicos nas províncias do norte estão “25 vezes mais caros do que eram antes da guerra”. Um saco de farinha de 25 kg, por exemplo, custa mais de US$ 400. Por isso, a interrupção de assistência alimentar representa um grande risco. 

Segundo a Unrwa, nos primeiros 23 dias de março, uma média de apenas 157 caminhões de ajuda por dia atravessaram para Gaza. 

Além disso, atrasos continuam acontecendo na passagem de Kerem Shalom, vindo de Israel, e em Rafah, do Egito, observou a agência da ONU, acrescentando que a morte de vários polícias palestinos em ataques aéreos israelenses perto das passagens, no início de fevereiro, “afetou gravemente” a entrega de ajuda.   

O secretário-geral da ONU sublinhou mais uma vez o impacto positivo da Unrwa na vida de milhões de pessoas, durante a última etapa da sua visita anual de solidariedade que marca o mês sagrado muçulmano do Ramadã.

Retirada de ajuda seria “cruel e incompreensível”

Segundo ele, devem ser feitos esforços para “manter o fluxo dos serviços únicos que a Unrwa fornece, porque isso mantém a esperança fluindo”.

Ao se reunir com residentes de Wihdat, o maior campo de refugiados palestinos na Jordânia, Guterres destacou como a agência representa “uma tábua de salvação, de esperança e dignidade” para muitos. 

Ele sublinhou também a “verdadeira diferença” que as escolas e centros de saúde da Unrwa fazem nas vidas dos refugiados palestinos de todas as idades.

Além de proporcionar educação a mais de 500 mil meninas e meninos, cerca de dois milhões de pessoas recebem cuidados de saúde e oportunidades de trabalho, explicou o chefe da ONU. Todos estes fatores contribuem para o papel fundamental da Unrwa na “promoção da coesão social, na promoção da estabilidade e na construção da paz”, disse ele. 

O líder das Nações Unidas disse que seria “cruel e incompreensível” se tudo isso fosse tirado. 

Bombardeios em Rafah 

O conflito continuou no fim de semana, com bombardeios e ataques aéreos israelenses relatados no sul de Gaza, incluindo em Rafah, onde a Unrwa estima que vivam agora 1,2 milhões de pessoas, “a grande maioria em abrigos formais e informais”.

Descrevendo sua visita à passagem fronteiriça de Rafah no fim de semana, o secretário-geral disse que os veteranos humanitários que conheceu “nunca viram nada tão horrível” como o que se desenrolou em Gaza.

“A escala e a velocidade da morte e da destruição estão num nível totalmente diferente e agora a fome atinge os palestinos em Gaza”, disse ele.

Hospital sitiado

O líder da ONU voltou a defender a solução de dois Estados, dizendo que “os israelenses devem ver as suas necessidades legítimas de segurança materializadas, e os palestinos devem ver as suas aspirações legítimas a um Estado totalmente independente, viável e soberano concretizadas”.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, expressou profunda preocupação na segunda-feira com relatos de que as forças israelenses haviam “sitiado e atacado” o Hospital Al-Amal, na cidade de Khan Younis, no sul, no domingo.

A agência de saúde da ONU disse anteriormente que “não recebeu autorização” para chegar ao hospital para avaliar as necessidades nem garantir o encaminhamento dos pacientes, embora tenha conseguido fornecer água e primeiros socorros a nove profissionais de saúde “que caminharam de Al-Amal para sul de Gaza”.

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