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Ajuda humanitária

Aumenta o número de recém-nascidos à beira da morte em Gaza, diz OMS

Agência das Nações Unidas afirma que os efeitos da fome são cada vez mais visíveis em mulheres grávidas e bebês que não sobrevivem por ter o peso muito baixo ao nascer

19 Mar 2024 - 19h45Por ONU News
No dia 5 de Março de 2024, a UNICEF e parceiros entregaram 23 incubadoras a hospitais em Rafah, sul de Gaza - Crédito: Unicef/Eyad El BabaNo dia 5 de Março de 2024, a UNICEF e parceiros entregaram 23 incubadoras a hospitais em Rafah, sul de Gaza - Crédito: Unicef/Eyad El Baba

Nesta terça-feira, profissionais humanitários da ONU alertaram que um número crescente de crianças está “à beira da morte” devido à fome aguda em Gaza, causada por cinco meses de intensos bombardeios israelenses e constantes recusas de acesso à ajuda.

Em conversa com jornalistas em Genebra, a porta-voz da OMS, Margaret Harris disse que as equipes médicas testemunham cada vez mais os efeitos da fome, inclusive bebês recém-nascidos que simplesmente morrem “porque têm peso muito baixo ao nascer”.

Causas da fome

Em resposta às conclusões do relatório da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar, IPC, sobre Gaza, publicado na segunda-feira, o alto comissário dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, afirmou que a fome é o resultado das “extensas restrições de Israel à entrada e distribuição de alimentos, ajuda humanitária e bens comerciais”. 

Turk observou que “perante a fome” as famílias recorreram agora ao envio de crianças do norte para o sul de Gaza “desacompanhadas, na esperança desesperada de que encontrem comida e apoio entre as 1,8 milhão de pessoas já deslocadas para lá”.

Os comentários do alto comissário sobre o agravamento da crise de fome em Gaza ecoaram as advertências do secretário-geral da ONU na segunda-feira. António Guterres reiterou o apelo às autoridades israelenses “para garantir o acesso completo e irrestrito aos bens humanitários em toda Gaza”.

Falando a jornalistas em Nova Iorque, o líder das Nações Unidas apelou à comunidade internacional “para apoiar totalmente” os esforços humanitários da ONU.

Ele afirmou que “os palestinos em Gaza estão suportando níveis horríveis de fome e sofrimento”, descrevendo o relatório do IPC como uma “terrível demonstração das condições no terreno para os civis”.

Uma menina fica em frente ao seu abrigo na cidade de RafahUma menina fica em frente ao seu abrigo na cidade de Rafah - Foto: Unicef/Eyad El Baba

 

Centros de estabilização da desnutrição

A OMS afirmou que as equipes médicas que atuam no enclave arrasado pela guerra têm recebido um número crescente de mulheres grávidas perigosamente abaixo do peso.

De acordo com Margaret Harris, Gaza era um território “onde o sistema de saúde funcionava bem” e a desnutrição era “inexistente”.

Para ajudar os habitantes mais vulneráveis e salvar vidas, o objetivo da OMS é estabelecer centros de emergência de estabilização da desnutrição. Mas a especialista da agência afirmou que o progresso tem sido dificultado pela falta de segurança e pelos obstáculos contínuos ao acesso à ajuda. 

Margaret Harris explicou que já foi montado um centro no sul, porém a tentativa de fazer o mesmo no norte é limitada pela dificuldade de levar materiais sem garantias de acesso e segurança. 

Ela reforçou os apelos de que seja permitida a entrada de ajuda Gaza uma “escala enorme” e afirmou que “o desespero é tão grande” que quando isso acontecer, os suprimentos de socorro “serão absorvidos como areia”. 

Grandes perdas de empregos

Sublinhando o terrível impacto da guerra em Gaza e fora dela, um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, indicou a perda de 507 mil empregos no Território Palestiniano Ocupado.

A porta-voz da OIT, Zeina Awad, afirmou que a situação já teve um “impacto devastador” na economia regional, acrescentando que se o conflito continuar, a taxa de desemprego no território deverá atingir 57%.

Os novos dados, fornecidos pela OIT e pelo Gabinete Central de Estatísticas Palestino estimam que, em 31 de janeiro, cerca de 201 mil empregos foram perdidos na Faixa de Gaza, representando cerca de dois terços do emprego total no enclave.

Além disso, 306 mil empregos, mais de um terço do emprego total, também foram perdidos na Cisjordânia, onde as condições econômicas foram gravemente afetadas.

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