O filme “Scoop” (jargão para “furo” jornalístico), lançado nesta sexta-feira, concentra-se no relato da produtora Sam McAlister, que não apareceu na entrevista mas escreveu um livro contando como conseguiu convencer a assessora de Andrew a agendar a conversa com a apresentadora Emily Maitlis em pleno Palácio de Buckingham – e colocando-se como a grande responsável pelo programa de impacto.
O objetivo de Andrew era se defender das acusações feitas pela jovem Virginia Giuffre de que teria tido relações sexuais com ele quando era menor de idade, aliciada pelo pedófilo James Epstein e pela socialite Ghislaine Maxwell. Mas o efeito foi o oposto, expondo a milhões de pessoas as contradições da versão do que muitos apontavam como o filho preferido de Elizabeth II.
Depois da entrevista, nem a mãe conseguiu protegê-lo. O Palácio de Buckingham o removeu de atividades oficiais em promoção de negócios bilaterais para o Reino Unido, ele perdeu as comendas militares, deixou de usar o título “Sua Alteza Real” e ficou relegado ao ostracismo da família.
Ao assumir o trono, o rei Charles removeu o irmão do conselho familiar que pode tomar decisões caso ele se veja impedido.
O Palácio nunca se pronunciou oficialmente, mas os rumores são de que ele tomou a iniciativa sozinho, sem a participação da assessoria de comunicação oficial da realeza, tendo uma de suas filhas a seu lado.
Filme da Netflix sobre príncipe Andrew baseado em livro de produtora
A produtora Sam McAlister é interpretada no filme da Netflix pela ex-estrela pop e agora atriz Billie Piper, uma boa aposta para ganhar atenção do público jovem que não se interessa tanto pelos assuntos da realeza como seus pais e avós.
Para quem assistiu à entrevista na vida real, a recriação do ambiente e a semelhança dos personagens impressionam. A tensão na expressão dos personagens principais é a mesma que se viu no programa. Apenas na noite em que foi exibida pela primeira vez a audiência foi de 1,9 milhão de pessoas.