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'Aldear Espaços' é ação da Cidadania que leva cultura indígena a prédios públicos

Orquestra, grupo de dança, comidas típicas e artesanato estão levando uma pequena amostra da grandeza da cultura das comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul até os órgãos governamentais

12 Abr 2024 - 11h00Por Paula Maciulevicius, Comunicação da Cidadania
'Aldear Espaços' é ação da Cidadania que leva cultura indígena a prédios públicos - Crédito:  Paula Maciulevicius/SEC Crédito: Paula Maciulevicius/SEC

A Subsecretaria de Políticas Públicas para Povos Originários, pasta ligada à SEC (Secretaria de Estado da Cidadania), vai “aldear” os espaços públicos estaduais durante o mês de abril, em comemoração ao Dia dos Povos Indígenas.

Orquestra, grupo de dança, comidas típicas e artesanato estão levando uma pequena amostra da grandeza da cultura das comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul até os órgãos governamentais. 

Durante o mês de abril, a cultura indígena ocupa espaços em prédios públicos levando uma amostra da grandeza das etnias que fazem Mato Grosso do Sul

A primeira ação itinerante foi realizada nessa quinta-feira (11), na Secretaria da Cidadania, no complexo de blocos do Governo do Estado onde funcionam Ageprev, Escolagov e Fundesporte.

Subsecretário de Políticas Públicas para Povos Originários, Fernando Souza, explica que o mês de abril é um momento não só de reflexão, como também de análise da luta dos povos indígenas no Brasil e da ocupação de espaços. 

“Vamos passar com o nosso povo, através da música, dança e da culinária, em diversos espaços aqui do Governo, tanto no executivo quanto no legislativo e judiciário, no sentido de mostrar que nós existimos, que nós somos presentes aqui no Estado de Mato Grosso do Sul, e assim promover uma interculturalidade entre as populações indígenas e a sociedade para que haja mais diálogo, mais respeito, mostrando também que há espaço para todo mundo, e que todos nós somos cidadãos”, pontua Fernando.

A orquestra indígena abriu a programação, seguida da introdução da dança Hiyokena Kipâe, que traduzido do terena significa dança da Ema, no estacionamento do prédio, apresentação típica terena que envolve 12 passos e leva até 1h40 minutos para ser apresentada. “Aqui nós fizemos apenas três passos, foi só mesmo uma introdução dessa dança de preparativo para a guerra e a volta da batalha”, explica o cacique da aldeia Vivendas do Bosque, Adolfo Loureiro. 

Introdução à dança da Ema, típica apresentação terena, foi realizada no estacionamento da Cidadania

Com grafismos pelo corpo que remontam a história de povos guerreiros, apresentação transportou público ao passado

 

Os passos e os gritos narram a participação dos indígenas na Guerra do Paraguai quando, para despistar os inimigos, pisavam em cima da pegada do outro. “Para simbolizar que era só uma pessoa andando pelo mato, o primeiro passo é do tuiuiú, depois tem o encontro, o convite para a guerra, a medição e a sincronização da força. É uma dança maravilhosa e que tem história, por isso que trouxemos, já que muita gente aqui nunca viu”, completa o cacique. 

Servidor público, Thiago trouxe os filhos pequenos para conhecer a cultura que também corre no sangue deles

 

Adolfo estava certo, diante da apresentação, três crianças tinham olhares curiosos para os passos. Arthur, Benjamin e Isaac são filhos do supervisor de modalidades da Fundesporte, Thiago Rodrigues, que trouxe os pequenos para conhecer a cultura que corre no sangue da família. 

“Viemos para Campo Grande há pouco tempo e não tínhamos essa vivência indígena na nossa região. Somos descendentes, tanto da parte paterna quanto materna, de indígenas. Antes de vir para cá, expliquei que eles iam ver apresentações, e que nossos bisavós têm descendência indígena, para eles visualizarem tudo isso”, descreve. 

Participando da orquestra e também na condução do Ko’ho, instrumento indígena, a musicista Mariana Cabral Nogueira Gonçalves conta que ações como esta são fundamentais para mostrar a cultura. 

“Toquei o Ko’ho, que é como se fosse um tambor, e cada região tem o seu diferente, toquei o que é da região de Miranda. Trazer a cultura indígena assim é ocupar espaços, os nossos espaços. É sempre importante termos os povos indígenas com representatividade”, afirma. 

Musicista, Mariana toca Ko'Ho instrumento indígena

 

Para que a população conheça mais sobre a gastronomia indígena, o Aldear Espaços também montou uma mesa com os sabores para a degustação do público. Pratos à base de mandioca, como Hî-hî, Jety mbichy e Pireka’i, e muitas frutas. “Essa mesa trouxemos para que a população externa, a sociedade em geral, conheça como era a nossa tradição na questão alimentar lá atrás, há 30, 40, 50, 60 anos e que ainda hoje é viva dentro dos territórios”, explica o subsecretário, Fernando Souza.

Mesa farta trouxe sabores das comunidades indígenas onde a culinária é baseada na mandioca e nas frutas

Público presente degustando dos pratos indígenas

 

Povos Indígenas

Hoje em Mato Grosso do Sul são mais de 116 mil indígenas, que vivem nos 79 municípios, 28 deles com territórios indígenas, e outros seis com grandes aglomerados. O Estado é formado por oito etnias: Guarani, que é o maior grupo, sendo seguido pelo povo Kaiowá, depois Terena, Kadiwéu, Ofaié, Kinikinau, Atikum e Guató. 

A próxima ação “Aldear Espaços” será realizada no saguão da Assembleia Legislativa, no dia 16 de abril, às 8h.

Orquestra indígena abriu a programação do evento no hall do complexo de blocos onde funciona a Cidadania, Escolagov, Fundesporte e Ageprev

Aldear Espaços vai ocupar prédios públicos durante todo o mês de abril

 

Fotos: Paula Maciulevicius

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