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Trabalho de sobra, salário de menos - (memórias)

Lembro que a categoria dos bancários (numerosa, antes da era digital) era, via de regra, muito mal remunerada. Mas tinha una honrosa exceção: o pessoal do Banco do Brasil

11 Jan 2024 - 13h30Por AQUINO CORRÊA, PÓS-GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO, JORNALISTA, ESCRITOR E AUDITOR FISCAL APOSENTADO
Trabalho de sobra, salário de menos - (memórias) -

Ah, o primeiro emprego com carteira assinada: como naquele antigo comercial de TV, "a gente nunca esquece"! Já trabalhava, de forma continuada, desde os 13 ou 14 anos, mas sempre de maneira informal.

Morava, então, em Campo Grande (MS). Fiz um teste no extinto Banco Nacional S/A; ficava ali, na rua 14 de Julho, bem no centro da cidade (banco que, tempos depois, apostaria num jovem piloto de corridas iniciante: Ayrton Senna). Fui contratado como "auxiliar administrativoo", ganhando pouco mais de um salário mínimo. Uma '"merreca", considerando que o salário mínimo, na época, não chegava a 60 dólares...!

Trabalhava como um camelo! Meses depois, fui "promovido" para o serviço de compensação da agência. O trabalho e a responsabilidade aumentaram; já o salário, óó... - como diria o professor Raimundo, personagem inesquecível do genial Chico Anysio.

Lembro que a categoria dos bancários (numerosa, antes da era digital) era, via de regra, muito mal remunerada. Mas tinha una honrosa exceção: o pessoal do Banco do Brasil.

Ah, lá era outro "departamento"! Só tinha um "probleminha": pra entrar, tinha que passar pelo tal "concurso" (na verdade, um processo de seleção externa do banco; concurso é para cargos públicos, não eletivos).

Havia, na época (fim da década de 1970) até uma propaganda na mídia para atrair os jovens: "Quando crescer, você quer ser médico, advogado, engenheiro, ou funcionário do Banco do Brasil?").

Os funcionários do BB tinham impresso, nos seus talões de cheque, a inscrição "Funci" (funcionário). Num tempo em que o uso de cartões de crédito, no Brasil, era muito restrito, aquilo significava portas abeetas ao consumo e, consequentemente, a uma vida melhor. Um "must"...!

Trabalhando muito e ganhando pouco, cheguei ao fim daquele ano de 1978 precisando fazer o vestibular, que era sempre em janeiro. Falei com o gerente administrativo (ou "contador") da agência, sobre a necessidade de faltar alguns dias. Disse: "vou pensar no seu caso".

Achei que era hora de mudar. Dia seguinte, pedi demissão. Fui em busca de novos horizontes, novos rumos, outros sonhos. Passei no vestibular da FUCMT (atual UCDB) e fui em busca do meu destino. Tempos idos, que ficaram na memória, acessíveis apenas pelas "janelas do tempo"...!
 

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