Dourados – MS sexta, 03 de maio de 2024
29º
Cotidiano

Saiba como a parentalidade positiva contribui na formação da criança

Estratégia de criação é prevista em lei sancionada esta semana

23 Mar 2024 - 18h30Por Fabíola Sinimbú, Agência Brasil - Brasília
Saiba como a parentalidade positiva contribui na formação da criança - Crédito: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil Crédito: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Desde o momento que pais e mães recebem a notícia da chegada de uma criança, desafios e escolhas se alternam em cada nova etapa da infância até a vida adulta. De acordo com a estratégia da parentalidade positiva, toda a interação, prática e conhecimento que ocorrem ao longo dessa relação entre pais e filhos será definidora no futuro dessa pessoa em desenvolvimento.

Na última quinta-feira (21), a parentalidade positiva e o direito ao brincar viraram lei e uma ferramenta a ser adotada, inclusive, em política pública para o enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente. A medida foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada, no Diário Oficial da União.

Estratégia

A psicóloga especialista em desenvolvimento infantil, Elisa Altafim, explica que a estratégia surgiu baseada em estudos científicos que comprovaram o impacto de ações positivas ou negativas para o desenvolvimento infantil, na vida adulta. Ou seja, quando as práticas parentais na relação com a criança são positivas ao seu desenvolvimento, a criança tem mais chances de ter uma vida adulta saudável, que no caso contrário.

“Quando a criança vivencia situações adversas como punições físicas, ela pode desenvolver, no futuro, problemas como câncer, obesidade, dificuldades cognitivas, depressão e ansiedade, por exemplo.”

Partindo desse entendimento, o fotógrafo e professor universitário Lourenço Cardoso desde jovem decidiu que planejaria a paternidade e atuaria da forma mais positiva possível para o desenvolvimento e formação dos filhos. Antropólogo de formação, ele construiu conhecimento sobre o assunto e debateu com a companheira, Nara Fagundes, como cuidariam e educariam as crianças. “Eu defini que abriria mão de meus desejos em prol da formação deles”, relembra.

O casal teve dois filhos, João Moreno, hoje com 12 anos, e Lia, com oito anos de idade, que, segundo Lourenço, são educados com muito diálogo, manejo de comportamento que levam à reflexão e livres de punição. “Na primeira infância do João ele teve uma fase mais difícil que tivemos que apelar para o cantinho do pensamento, mas sempre tivemos uma relação franca e racional, na qual eu explicava de forma clara, com vocabulário robusto, e sem infantilizar a explicação. Com a Lia, não foi necessário nem isso”, explica.

Parentalidade positiva e desenvolvimento infantil. Foto: Lourenço Cardoso/ arquivo pessoalLourenço explica que, junto à companheira, cria os filhos com muito diálogo - Foto:  Lourenço Cardoso/ arquivo pessoal

 

Para Lourenço, reconhecer a criança como um ser humano capaz de compreender e participar de um diálogo franco permite que ela possa se posicionar no mundo, mas também é uma fase que precisa de estímulos como o que vem garantido pelo direito à brincadeira.

“A infância precisa ser reconhecida como um processo de formação e tirar o direito de uma criança à brincadeira é tirar uma parte importante dessa formação, na qual ela se coloca em um processo criativo que permite o autoconhecimento, permite que ela se construa”, diz.

Essa autonomia para se desenvolver, apoiada pelos suportes adequados, como a proteção e a segurança que a mantém livre de violência, como punição física por exemplo, faz com que a criança tenha fatores positivos de desenvolvimento. E são esses fatores que a nova lei propõe que sejam utilizados como ferramenta nas políticas públicas.

Segundo Elisa, que é uma das autoras da cartilha O Cuidado Integral e a Parentalidade Positiva na Primeira Infância, produzida pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), diferente do Lourenço, muitos pais não conseguem romper com o “ciclo intergeracional de violência”, que se estabelece quando várias gerações perpetuam a punição física, por exemplo.

Para ela, a nova lei, além de enfatizar a necessidade de fortalecimento da parentalidade positiva, também incentiva a criação de programas estruturados por municípios, estados e pela União, possibilitem a articulação com as redes de assistência social e saúde já existentes. “O ambiente público pode oferecer programas para notificar as práticas negativas, que ainda ocorrem com as crianças e capacitação de estratégias educativas, que não envolvam a violência, sem culpabilizar as famílias e com oportunidade para reflexão sobre como foram cuidadas e educadas, por exemplo”, conclui.

Deixe seu Comentário

Leia Também

Com novas tecnologias, Correios atualiza cadastro dos usuários
Tecnologia

Com novas tecnologias, Correios atualiza cadastro dos usuários

há 54 minutos atrás
Com novas tecnologias, Correios atualiza cadastro dos usuários
Câmpus do Pantanal participa de ação da justiça itinerante em comunidade Guató
UFMS

Câmpus do Pantanal participa de ação da justiça itinerante em comunidade Guató

03/05/2024 08:00
Câmpus do Pantanal participa de ação da justiça itinerante em comunidade Guató
Hoje (3) é o último dia para se inscrever no curso de preparação à adoção
Judiciário

Hoje (3) é o último dia para se inscrever no curso de preparação à adoção

03/05/2024 06:15
Hoje (3) é o último dia para se inscrever no curso de preparação à adoção
Sexta-feira tem previsão de sol, com possibilidade de chuvas isoladas em algumas regiões
Meteorologia

Sexta-feira tem previsão de sol, com possibilidade de chuvas isoladas em algumas regiões

03/05/2024 06:08
Sexta-feira tem previsão de sol, com possibilidade de chuvas isoladas em algumas regiões
Mês de abril registra distribuição em dia e alta dos julgamentos
Judiciário

Mês de abril registra distribuição em dia e alta dos julgamentos

02/05/2024 21:15
Mês de abril registra distribuição em dia e alta dos julgamentos
Últimas Notícias