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CAMPO GRANDE - O quadro reduzido de trabalhadores que cuidam do cadastro do seguro desemprego na SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego), órgão ligado ao Ministério do Trabalho, além da concessão de férias a vários funcionários ao mesmo tempo no mês de janeiro, ajudaram a ampliar as filas para quem precisa receber o benefício.É preciso chegar de madrugada ao local para conseguir uma das 50 senhas distribuídas para o período da manha e outras 50 para a tarde.
Essa situação pode culminar com a demissão do superintendente regional do Trabalho e Emprego, José Carlos Tinarelli. Atualmente, o cargo pertence ao PDT, por indicação do ex-deputado federal Dagoberto Nogueira, derrotado nas eleições para o Senado em outubro de 2010.
De olho em cargos federais, parlamentares do PT em Mato Grosso do Sul pressionam a presidente da República, Dilma Rousseff, mesmo sabendo que a vaga continua sob responsabilidade do ministro Carlos Lupi, principal expoente nacional do PDT, mantido no governo petista.
Lupi, inclusive, andou ligando para Tinarelli ao tomar conhecimento da repercussão negativa das notícias sobre as filas quilométricas em Campo Grande, no momento em que o índice de desemprego no País caiu.
Somente quatro atendentes estão disponíveis para cadastrar o seguro desemprego destes trabalhadores. A situação foi agravada no mês de janeiro, quando vários funcionários do órgão tiraram férias ao mesmo tempo.
Com algumas “peças” da “engrenagem” fora de atuação, as filas só fizeram aumentar. Isso porque cada funcionário possui uma senha do sistema de cadastramento, que não pode ser repassada quando entram em férias. Assim, parte do serviço fica paralisado neste período.
Outro fator que pode ter provocado acúmulo no serviço foi o cadastramento do benefício aos pescadores que precisaram deixar de trabalhar devido à Piracema, o que aconteceu entre dezembro do ano passado e janeiro de 2011.
Tinarelli nega que tenha dado férias a vários funcionários ao mesmo tempo. “Nós aqui não tivemos férias coletivas, cada um sai de férias quando está na hora de sair, de forma escalonada”, declarou, em contato com o site Conjuntura Online. “Quem falou isso pra você está desinformado”, continuou.
Quem deseja ser um dos primeiros a pegar as senhas, chega ao local por volta das 2h da madrugada. Às 7h, já não é possível conseguir senha para o período da manhã, atestam funcionários procurados por trabalhadores em busca de informações.
“Aqui é normal, tem fila como em qualquer lugar, mas estamos trabalhando bem graças a Deus”, alegou o superintendente do órgão.
#####RECURSOS
O superintendente também nega, mas há informações internas de que há grande acúmulo de recursos impetrados por trabalhadores quando o seguro desemprego não é liberado.
Esta é uma ferramenta usada pelo beneficiário quando algum problema no cadastro trava a liberação do pagamento. Há informações extraoficiais de que há mais de 1.500 processos como estes parados no órgão.
“Quem falou isso pra você está mentindo, antes a análise desses recursos demorava oito meses, agora demora 45 dias, 50 dias, e não tem nada acumulado aqui, está tudo sendo analisado dentro da conformidade”, justificou o superintendente.
#####MELHOR SITUAÇÃO
O processo de cadastramento do seguro desemprego também pode ser feito na Funtrab Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul) e na Funsat (Fundação Social do Trabalho).
Em ambos os órgãos, ligados ao governo do Estado e à prefeitura de Campo Grande, as filas têm se apresentado bem menores