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José Carlos de Oliveira Robaldo

Sobrevivência política: salve-se quem puder!

03 Jan 2016 - 11h05
Sobrevivência política: salve-se quem puder! -
José Carlos de Oliveira Robaldo

Para dizer o menos, é lamentável ver o rumo de descontrole impingido pelas nossas autoridades ao nosso País, justamente porque foram eleitos para dirigi-lo.


O País vai de mal a pior, nada mais se salva. Não obstante, a presidente Dilma e o presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha estão mais preocupados em se defenderem das acusações, que não são poucas, do que cumprirem suas responsabilidades com os destinos da Nação. E o que é pior nisso tudo é que estão se aproveitando dos respectivos cargos para se defenderem, com ônus para a sociedade como um todo. É o que popularmente se denomina: manutenção no poder pelo poder, a qualquer custo. Estão se lixando para o chamado interesse republicano. Parafraseando a estrofe da música de Arnaldo Baptista é como se dissessem: “Não estamos nem aí!” Isso resgata a memória do “Deputado Justo Veríssimo”, para reforçar a idéia de que o personagem tinha razão. Imaginem esse quadro na cabeça criativa do saudoso Dias Gomes.


Infelizmente o Brasil vai de mal a pior. A economia vai de marcha ré; a inflação, ao contrário, sobe sem parar; o conceito do País no exterior (País do desmando, da corrupção, da insegurança) está em queda livre; a saúde, não bastasse a sua deteriorização, agora foi agravada pela presença do mosquito Aedes aegvpti, vetor de uma “tríplice epidemia”: dengue, febre chikugunya e o zika vírus, este último causador da microcefalia.


Nas palavras do infectologista Nivaldo Venâncio Cunha, diretor da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em Mato Grosso do Sul, “estamos diante do maior problema de saúde pública transmissível após a gripe espanhola”. Ou seja, o quadro é gravíssimo, o que requer que todas as atenções estejam voltadas para esse mosquito transmissor.


Apesar desse quadro caótico, sob todos os aspectos, a aparição da presidente Dilma na mídia se vê a todo o momento. Não para trazer seus planos para solucionar ou minimizar os problemas, apenas para se defender das acusações, pedir socorro, passando-se por vítima de “golpe”.


Nessa linha, a “presidenta”, como ela insiste em ser chamada, ao invés de convocar governadores e alguns prefeitos, como fez recentemente para buscar soluções para os graves problemas, convocou-os para pedir apoio para não ser atingida pelo impeachment, isto é, para não cair. O importante não é o País, a sociedade brasileira, mas sim sua permanência no poder. Ou seja, não quer largar o osso. Completa inversão de valores!


Talvez fosse o caso de convocar o seu marqueteiro para auxiliá-la. O verdadeiro arquiteto do discurso para ganhar as eleições. Discurso que o próprio marqueteiro não acreditava e nem a candidata, mas que foi utilizado para conquistar votos e se manter no poder. Daí vem a pergunta que não quer calar: a vitória na eleição para o cargo mor da Nação, no caso, foi legítima? Que falta faz o “recall Político” (revogação de mandato eletivo pelo próprio eleitor, por defeito).


E o deputado Eduardo Cunha? Bem, o que ele vem fazendo para se manter no cargo a qualquer custo é estarrecedor, para não dizer vergonhoso. Na última terça-feira (15.12), por apenas dois votos, o prosseguimento da Comissão do Conselho de Ética não foi protelado pela oitava vez. Cunha promete recorrer dessa decisão. O caso Cunha está tão complicado em seu desfavor que naquele mesmo dia desencadeou a operação Catilinárias, braço da operação Lava Jato, que redundou em buscas e apreensões na sua residência oficial em Brasília, na particular no Rio de Janeiro, no seu gabinete e no seu escritório. Na realidade, foram expedidos pelo min. Teori Zavascki do STF 53 mandados contra várias pessoas. A denominação da operação é sintomática, porque se justifica sempre que um homem público atenta contra o interesse geral da população. Nas palavras do romano Cícero em relação ao seu desafeto senador Cotilina: “Até quando, Catilina abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?”.


A verdade é que as coisas de interesse do Brasil estão paradas no Congresso. Até quando Dilma e Cunha abusarão da paciência da sociedade brasileira?

Procurador de Justiça aposentado. Advogado. Mestre em Direito Penal pela UNESP. Professor universitário. e-mail: [email protected]

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