Ao observarmos à nossa volta, verificamos que tudo se renova. Para as pessoas e para a natureza um dia não é igual aos outros. O amanhã será outro dia, diz o refrão. E de modificações repetidas nós evoluímos para o bem ou para o mal, para a sabedoria ou para o aprofundamento da ignorância, para a solidariedade ou para a indiferença, tudo de acordo com as leis fundamentais da vida, conforme nos ensinam os Amigos de Mais Alto.
Desde a planta tenra ou o animálculo mais primitivo, tudo tem movimento como a procura de algo de religiosidade. Todos anseiam a luz. À procura desta a natureza terrestre modifica-se a cada instante. O princípio vital ao atingir a condição de espírito pensante, vendo à sua volta um mundo de certa forma hostil, procura renovar seus cuidados de sobrevivência.
Desenvolve o medo que o impede de lançar-se em lutas desiguais. Renova a cada dia sua estratégia de vida. Cria mecanismos de defesa, mas vive sempre assombrado e vigilante. Segundo os entendidos esta vigilância e medo existem desde o reino vegetal, cresce no animal e se instala por séculos e milênios no hominal. Essa força interior se renova a cada instante.
Trazemos conosco, atavicamente, o mecanismo de defesa já sublimado. Renovamos a cada instante da animalidade para a espiritualização e a cada etapa de existência somos melhores. Isto é o que deveria ser, dentro da Lei da Evolução, mas nem sempre acontece, pois, alguns preferem desenvolver, com a inteligência, os monstros do ódio, da vingança, da incompreensão, da tirania, do egoísmo, da usura, da barbárie, da ira e da inveja e, dessa maneira, angariam muitos inimigos. Quando pretende renovar-se para melhor, encontra obstáculos enormes que o fazem sofrer.
O sofrimento aparece em uma encarnação como advertência, sinalizando que fazer o mal a alguém, pelo reflexo de ação e reação, se instala inelutavelmente, o mal de volta. Portanto devemos agradecer a Deus pela presença de pessoas em nossa vida que nos detestam e nos fazem sofrer, às vezes até por amá-las. Vieram a nós para fazermos a sintonia de almas.
Ninguém aparece por acaso. Jesus nos recomendou que nos reconciliássemos com o inimigo enquanto está conosco, pois depois ficaria muito mais difícil. Assim é a vida. Temos pessoas simpáticas e antipáticas ao nosso lado. Segundo esse ensinamento do Mestre, devemos dar mais atenção e gentilezas aos antipáticos, que, muitas vezes, são simpaticíssimos para os outros. Nesse caso, nós é que temos que nos modificarmos, renovarmos conceitos e evoluirmos para a aceitação. Para isso, o mecanismo mais eficiente é catalogarmos mentalmente as boas qualidades daquele \"desafeto\". Dentro de certo tempo poderemos até amá-lo como a irmão e executar o bem, conforme ensina Jesus: \"fazei o bem a quem vos maltrata e calunia\".
E nossa renovação dará um grande passo no caminho evolutivo. Será uma mancha a apagarmos em nosso psiquismo e, com isso, teremos a felicidade por prêmio.
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