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ENTREVISTA

Prem Baba: “Estamos vivendo uma crise planetária gerada pela desconexão com a espiritualidade

09 Ago 2016 - 11h16
O guru brasileiro Prem Baba, esteve por uma semana em Rio Branco - Crédito: ACO guru brasileiro Prem Baba, esteve por uma semana em Rio Branco - Crédito: AC
Com milhares de devotos e seguidores em todo o Planeta, o guru brasileiro Prem Baba, esteve por uma semana em Rio Branco, Acre, coração da Amazônia Ocidental, no começo de agosto. Participou de trabalhos espirituais no Alto Santo, ponto de nascimento da Doutrina do Santo Daime, e teve um reencontro com o ex-guerrilheiro, mestre espiritual e escritor Alex Polari. Além disso, o guru também dialogou com vários políticos acreanos sobre o momento atual do país.

O autor do livro Amar e Ser Livre, um best-seller que já vendeu mais de 50 mil exemplares, deu uma palestra (satsang), a convite do governador do Acre, Tião Viana (PT), para o seu secretariado. Também se encontrou com o deputado federal Major Rocha (PSDB), vice líder do Governo Temer (PMDB), na Câmara Federal, e o deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB). Conversou com os parlamentares sobre o papel do Congresso Nacional para fazer as reformas políticas e fiscais necessárias para o país superar as dificuldades que atravessa. Em todos esses encontros, Prem Baba, sempre colocou como ponto primordial a necessidade de mudanças na consciência humana para a superação das crises políticas e econômicas.

Apesar do principal objeto do guru brasileiro ser a espiritualidade, a política tem merecido a sua atenção. Prem Baba está empenhado em despertar a consciência dos nossos representantes para tornar o autoconhecimento uma política pública de alto alcance. E a chave para disseminar essa filosofia é a meditação, uma técnica de concentração interior, que não envolve religiosidade, e que poderá ser aplicada no sistema educacional brasileiro. Assim, Prem Baba, quer cumprir a missão que recebeu da linhagem espiritual do seu mestre indiano Maharaj Ji de despertar o conhecimento do mundo interior nas pessoas em todos os lugares.

Prem Baba tem tido encontros "casuais" com homens públicos de diferentes partidos e ideologias por onde passa. Para ele o importante é restabelecer a conexão da política com o seu objetivo primordial de gerar bem estar social, paz e prosperidade. O guru sonha com a política como um instrumento de transformação social alinhado com os mais elevados propósitos de valores da humanidade para transcender o ego e a vaidade pessoal que geram a corrupção e, consequentemente, a decepção e o sofrimento de milhões de pessoas.

Um bate-papo à luz do conhecimento

Leia a entrevista na íntegra com Prem Baba, realizada em Rio Branco, sobre o momento econômico e político delicado que o Brasil e o Planeta atravessam.
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Nelson Liano Jr. -A gente vive uma crise política no Brasil com graves consequências na economia. Como Mestre Espiritual qual a sua visão sobre esse momento delicado no Brasil e no Mundo? E quais os caminhos que as pessoas devem trilhar para não sofrerem tanto com toda essa situação?

Prem Baba - Nós estamos atravessando, utilizando a linguagem do hinduísmo, um nódulo karmico. O Planeta está num momento de transição que pode nos levar do medo à confiança, do egoísmo ao altruísmo, de um estado de separação à experiência da união. Mas existem apegos às velhas formas que estão gritando. Há uma intensificação desses condicionamentos e estruturas mentais ultrapassadas que estão sendo convidadas a sair de cena. É um momento para revermos as nossas crenças e os nossos valores. Estamos constatando que as nossas escolhas e decisões, até então, têm nos levado a um lugar que conscientemente nós não queremos estar. Existem erros e equívocos que afetam a vida da sociedade planetária. Essa crise global é um sintoma que tem um denominador comum, de confusão, de falta de sentido, de falta de referência, de falta de valores e de falta de moral. Mas esses sintomas têm características próprias de acordo com os lugares. Essa crise global se manifesta em cada país, ou em cada cidade, de uma maneira muito especifica. Mas posso afirmar que essa crise global é eminentemente espiritual. Esse conjunto de sintomas se manifesta no desequilíbrio climático, com todos os desdobramentos no meio-ambiente, a crise econômica gera sofrimento aos trabalhadores, a falta de valores provoca a intolerância pelas diferenças e a explosão de violência em todos os lugares. São inúmeros os problemas. Tudo isso tem um ponto em comum que é a desconexão com a espiritualidade e com a interioridade de cada um. Todas essas manifestações partem de escolhas e decisões a partir do ego adoecido. Estou falando de conhecimentos que não foram utilizados sabiamente pelo ser humano nesse atual estágio da sua evolução. As pessoas ainda não aprenderam sobre o poder da mente. E esse poder descontrolado está levando a raça humana a um colapso. Precisamos aprender a conduzir o nosso corpo e a nossa mente. A lidar com o nosso ego para tê-lo sob o nosso domínio, senão ele nos dominará. Sinto que chegou um momento muito especial para a raça humana. Se não acontecer um despertar coletivo, a espécie humana estará fadada a desaparecer. Sei que isso que estou dizendo é muito forte, mas é assim que estou sentindo.

A diferença entre espiritualidade e religiosidade

NLJ -Prem Baba, você fala da espiritualidade e da necessidade de conexão. Mas existem dois conceitos que são muito próximos e que as pessoas confundem, a espiritualidade e a religiosidade, que acaba sendo também um instrumento de intolerância e fundamentalismo, às vezes, utilizado por uma política conservadora. Qual a diferença entre espiritualidade e a religiosidade?

Prem Baba - A espiritualidade é laica. Existem religiões que são espirituais e existem outras que não são nem um pouco espirituais. A espiritualidade diz respeito a uma dimensão mais profunda da vida e à realidade maior de quem somos. Espiritualidade une e tem como elemento central o amor a todos. Por que eu digo amor? Ao estudar o Ser profundamente encontramos o amor como uma fragrância daquilo que realmente somos. Já a religião é um sistema criado pela mente humana para atender uma necessidade social. Existe um conjunto de dogmas que determina como as pessoas devem seguir na vida. E muitas vezes esses dogmas não são pautados na verdade, mas em crenças estabelecidas por alguém, em algum momento. Se a pessoa tem aquela religião fica obrigada a seguir um conjunto de regras dogmáticas, mesmo que ela não considere que aquilo seja verdade. É assim que funciona. Muitas vezes esse conjunto de dogmas é diametralmente oposto aquilo que a pessoa sente. Isso desenvolve culpas, sentimentos de impotência, de inferioridade e de mecanismos nocivos. Nem sempre uma religião é algo positivo para a evolução da consciência humana. A religião, em alguns casos, pode ser exatamente aquilo que está impedindo a pessoa de evoluir espiritualmente. Em algum momento da jornada para o desenvolvimento espiritual e o despertar dos valores humanos será preciso se libertar dos dogmas religiosos.

O momento crítico do Brasil

NLJ - Tivemos muitas mudanças políticas no Brasil, em 2016. Algumas dividiram os brasileiros. A presidente Dilma (PT) que sofre um processo de impeachment, o Temer (PMDB) que assumiu a presidência interinamente. Para onde esse quadro político conturbado poderá levar os brasileiros?

Prem Baba - Considero essa situação política no Brasil como um sintoma da crise planetária. Aqui esse sintoma está se manifestando através da corrupção e da falta de clareza de como administrar os bens públicos. Obviamente isso é um reflexo de como nós brasileiros administramos as nossas próprias vidas. Nós fomos muito descuidados em relação a política. Por exemplo, falando de mim mesmo, com essa crise toda passei acompanhar um pouco mais os debates na Câmara dos Deputados e no Senado. Tomei consciência de como é serio um voto. Também sou responsável por tudo isso que esta acontecendo, sou co-criador disso porque, muitas vezes, o brasileiro vota sem consciência. Esses sintomas estão fazendo com que nós brasileiros acordemos para as suas causas. Os sintomas vêm de uma doença que precisa ser tratada. No momento, teremos que tratar primeiro dos sintomas porque chegamos num estado crítico e temos que arrumar a casa de alguma maneira, com ou sem impeachment. Depois teremos que entrar fundo para curar as causas que nos levaram a isso. Uma reforma política, um novo sistema fiscal, uma reformulação completa na gestão da coisa pública. Nós estamos seguindo um modelo muito antiquado que não nos serve. Se o atual sistema capitalista está decadente, imagina o nosso sistema de gestão? Precisamos abrir espaço para um nova política, para uma nova maneira de conduzir a vida pública, assim como precisamos de uma nova maneira de conduzir a nossa própria vida. Tenho falado de um novo casamento, de uma nova educação, de uma nova saúde. É preciso uma mudança de paradigma a partir de uma nova consciência para construir e unir. Não mais destruir e gerar mais ódio, mais separação, mais vingança e mais medo. Temos que por fim nesse ciclo do amor imaturo, do sadomasoquismo. Fazer com que as nossas escolhas possam gerar um mundo melhor para a gente viver e não sermos canais de destruição. Mas tudo isso só é possível se nos conhecermos. Infelizmente, nós temos muitos políticos atualmente que não têm a menor noção da missão a cumprir. Não sabem lidar com seus impulsos e com as suas sombras. E isso acaba se manifestando no dia a dia e no relacionamento com os seus pares e na própria criação de leis inadequadas. Aí acontece o que a gente está vendo. Essa corrupção desenfreada, escolhas baseadas unicamente no egoísmo e na proteção de interesses pessoais com consequências nefastas para a toda a nossa sociedade.

O despertar do autoconhecimento

NLJ- Prem Baba, a gente sabe que você tem encontrado muitos políticos. Como o governador Marcondes Perillo (PSDB), de Goiás, o Tião Viana (PT), no Acre, o Rodrigo Rollemberg (PSB) no Distrito Federal, entre outros. Tem conversado com diversos gestores e parlamentares de diferentes partidos e ideologias. Qual a sua motivação de manter esse diálogo constante com os políticos?

Prem Baba - Eles estão no comando da coisa pública e têm uma responsabilidade gigantesca. Estou comprometido em colaborar com esses políticos mostrando que a única saída para fazerem aquilo que vieram fazer é se conhecendo. Estou dizendo que o autoconhecimento é o caminho para a raça humana e precisa ser divulgado em larga escala, se tornar uma política pública. Tem que haver uma massa crítica de pessoas conscientes. Vamos supor que o Congresso Nacional tenha cinquenta por cento dos deputados e senadores meditando. É possível que dali nasça alguma coisa positiva alinhada com aquilo que, no Oriente, chamamos de Dharma. É a lei universal, o caminho do amor que constrói e traz paz, prosperidade e alegria para todos. Estou propondo criar uma cultura de paz e prosperidade, mas isso só é possível se houver autoconhecimento. Tenho falado para os políticos com quem encontro sobre o poder da meditação, a importância de aprender conteúdos superiores e lidar com emoções e sentimentos. Como transformar o lado escuro para que eles não ajam à revelia da consciência e criem essas misérias que estamos vendo. Porque se os nossos políticos não conseguem lidar com a raiva e a vingança isso vai acabar se manifestando descontroladamente. Por exemplo, se uma pessoa não tem consciência da raiva que sente da esposa, sem perceber, vai machuca-la, fazê-la se sentir inferior. Essa é uma forma de exercer a raiva, de roubar energia da outra pessoa, de manifestar um sentimento que não conhece. Na realidade, a falta de autoconhecimento faz com que as pessoas ajam à revelia da vontade consciente.

A força da Floresta

NLJ - Qual a motivação da sua visita à floresta aqui no Acre? Quais os objetivos dessa viagem?

Prem Baba - Há muitos anos que estabeleci uma forte conexão com a floresta amazônica. Faço anualmente um retiro passando alguns dias por aqui. Assim como faço também na Índia. Como nesse momento da jornada não é possível querer a luz somente para si mesmo, então, estando aqui, acabo fazendo também outras coisas. Por exemplo, tenho conversado com o Governo do Acre e oferecido palestras de transformação pessoal aos secretários estaduais. Por onde passo tem acontecido sincronisticamente alguns encontros abençoados, como este aqui, no momento, com o deputado federal Rocha (PSDB), vice líder do Governo na Câmara. Acabo encontrando pessoas que estão conectadas e vibrando na frequência do que estou ensinando. No Brasil, estamos vendo muitos políticos corruptos tomados pela natureza inferior, mas isso não quer dizer que não tenham aqueles alinhados com o Eu Superior, ou conectados com o bem. E de alguma maneira acabam se encontrando e isso é interessante. Sempre acontecem boas conversas, trocas, e ideias para projetos sociais do bem.

Sobrevivência das águas

NLJ- Prem Baba sei que uma das suas preocupações no momento é estabelecer uma política ambiental de preservação das nascentes dos mananciais hídricos do planeta. Como andam as articulações para o grande encontro que vai debater esse tema no Brasil, em 2018?

Prem Baba - Antes de chegar ao Acre passei por Brasília (DF). Estou colaborando com o Fórum Mundial da Água que vai acontecer em 2018. Mas no próximo ano, temos que preparar o campo para o encontro. Fiquei surpreso quando cheguei para uma reunião, em Brasília, e estava presente todo o secretariado do Distrito Federal e representantes de diversas entidades importantes como a CNBB e a UNIPAZ. Pudemos tratar do aspecto imaterial e subjetivo da água de uma forma clara e profunda. Estamos recebendo o apoio do Papa Francisco, do Dalai Lama e outros importantes mestres espirituais. É preciso unir lideranças políticas, científicas e espirituais para juntos encontrarmos soluções para a questão da água. Talvez esse seja um dos assuntos mais importantes do momento que diz respeito à sobrevivência da espécie humana no Planeta. Sou levado pelo vento e vou encontrando naturalmente as conexões necessárias para cumprir a minha missão espiritual e dar a minha colaboração às sociedades.






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