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Geadas podem reduzir produção em 40% em Dourados

29 Jun 2011 - 07h12
Cidade amanheceu coberta de gelo ontem; temperatura chegou a 1ºC na madrugada - Crédito: Foto : Cleire BhenetysCidade amanheceu coberta de gelo ontem; temperatura chegou a 1ºC na madrugada - Crédito: Foto : Cleire Bhenetys
DOURADOS – As duas geadas consecutivas que ocorreram no sul do Estado no início da semana não só pegaram os produtores rurais de surpresa, como também já causam estragos nas lavouras. Segundo especialistas, já é possível verificar ‘sintomas’ da geada, especialmente nas lavouras de milho.


O impacto é visível principalmente nas folhas, que ficam necrosadas após o congelamento das células. Segundo o engenheiro agrônomo e consultor Ângelo Ximenes, na região de Ponta Porã o estrago deve variar entre 15% e 20%, mas em algumas propriedades os agricultores já esperam quebra de até 40%. A recomendação dos especialistas continua sendo plantio antecipado e adesão ao seguro rural, única alternativa para reembolsar o produtor após as perdas.

Ontem, cumprindo a previsão, geou novamente em grande parte da região sul do Estado. Em Dourados, a mínima registrada foi de 1ºC, ainda mais baixa do que na segunda-feira – quando a mínima foi de 1,7ºC, segundo a estação meteorológica da Embrapa Agropecuária Oeste.


Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que a geada ocorrida ontem foi ainda mais intensa do que na segunda-feira, e com um agravante: as plantas já estavam debilitadas devido à geada do dia anterior. “A ação foi mais profunda e acreditamos que o impacto nas lavouras foi bastante significativo”, disse o consultor Gilberto Bernardi.

Segundo ele, nas últimas duas safras o clima foi regular, sem a ocorrência de geadas. No entanto, ele lembra que o fenômeno é bastante comum no inverno, e que para isto o produtor precisa se preparar. “Só existem duas formas de evitar prejuízos: o plantio mais cedo, conforme previsto no zoneamento, e o seguro rural, que indeniza o produtor das perdas de acordo com o valor segurado”, explica.

O restante em formação de grãos, e é justamente aí que o impacto da geada é preocupante”, afirma. Segundo ele, os produtores já estavam esperando uma geada para o mês de julho, e foram surpreendidos com o frio intenso no início da semana. “Pegou todo mundo de surpresa. Agora não há mais nada a fazer”, afirma.

O presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados (Aeagran), Bruno Tomasini, diz que o impacto das geadas foi bastante significativo em toda a região sul. “Pelas informações que tivemos até agora, não escapou ninguém”, avalia. Segundo ele, os técnicos estão visitando as propriedades para avaliar a intensidade dos estragos e fechar um diagnóstico.



Ontem, o consultor Ângelo Ximenes visitou algumas propriedades na região de Ponta Porã e disse que os impactos da geada já são visíveis. “Há muitas folhas verdes e necrosadas. Uma avaliação mais profunda só poderá ser feita em uma semana, mas é possível afirmar que o estrago nas lavouras de milho foi bastante significativo”, diz ele. Segundo o especialista, a estimativa de quebra, neste momento, deve variar entre 15% a 20% da previsão inicial (que era de 3.600 quilos por hectare). “Isto se não tiver mais geada daqui pra frente”, alerta. Segundo Ximenes, o impacto real das geadas só poderá ser verificado no final de semana, já que para hoje e amanhã há previsão de chuva forte para o sul do Estado.

Perdas

O produtor José Boniatti, que plantou 450 hectares de milho no distrito da Picadinha, diz que os impactos na lavoura devem chegar a 30% ou 40% após as duas geadas consecutivas. “Uma parte da lavoura está em fase de maturação.
Segundo o engenheiro agrônomo, além do milho, outras culturas de inverno também sofrem com a ocorrência de geadas – como trigo, aveia e feijão. “O importante é plantar cedo para tentar escapar do clima. Por isto o zoneamento é importante, porque indica as etapas para garantir uma produção segura”, afirma.

Previsão

Segundo a meteorologia, não há previsão de geada para os próximos dias. Hoje e amanhã deve chover forte. As temperaturas começam a subir gradativamente, mas o frio persiste no Estado pelo menos até sexta-feira.

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